Imagem do blog - Gaffe
cabeçalho sobre foto de Erika Zolli
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Não falo muito de desporto, ou de comunicação social vs desporto, aqui pelo burgo. Mas esta não posso deixar passar.
O Observador publicou no dia 25 de Março um artigo sobre a mobilização de atletas e clubes na luta contra a COVID19.
Abre o artigo com Cristiano e Mendes a equiparem uma ala do Hospital de Santo António (ou de São João?), passa por Sergio Ramos e pelos seus colegas do Real que angariaram kits, equipamentos de protecção e máscaras, fala em Djokovic a doar 1M€ à Sérvia e em Federer a doar 1M francos suíços (com gralha) à Suíça, vai até à Roma de Paulo Fonseca que doa bens essenciais a sócios com mais de 75 anos, e termina com o leilão organizado pela Fundação de Futebol da Liga Portuguesa.
Sobre o milhão de euros doados pelo Sport Lisboa e Benfica, Clube e SAD, ao Serviço Nacional de Saúde, noticiado no dia 20 de Março na Tribuna do Expresso, nem uma palavra. Sim, também o Observador isto noticiou no dia 20, mas também havia noticiado no dia 24 as doações de Ronaldo e Mendes, o que torna inexplicável, à luz da informação isenta e rigorosa, a omissão da doação do SLB.
Até no meio de uma pandemia os chamados jornais de referência conseguem manter viva a chama do peçonhento clubismo. Vão ser tendenciosos para o raio que os parta!
Adenda (com um agradecimento à /i.): já no dia 17 de Março o Diário de Notícias noticiava que a Fundação Benfica havia anunciado ter já adquirido 3 ventiladores para oferta a hospitais de Lisboa, Porto e Coimbra, e declarado ir prestar, em parceria com a GNR, apoio social de emergência a cerca de 3000 idosos isolados e sinalizados ao abrigo do "Programa Apoio 65 - Idosos em segurança", do Ministério da Administração Interna. Sobre isto, não encontrei nem uma palavra no Observador.
E tiveram bastante tempo para corrigir a gralha, que nem a Suíça precisa de fracos suíços nem o Federer conseguiria reunir um milhão deles tão rapidamente. Já fracos jornalistas...
Rui Santos há minutos na SIC Notícias
"O resultado da Supertaça poderia ter acabado em 3-6 ou 3-7..."
E o Vlachodimos, não estava lá a fazer nada?
Joga-se hoje a Supertaça Cândido de Oliveira.
Embora se defrontem as equipas vencedoras do Campeonato e da Taça da época passada, este é o o primeiro jogo e o primeiro troféu nacional da época 2019/20.
Como em todos os anos, pelo menos nos mais recentes, entre o final de uma época e o arranque da seguinte, ambas as equipas participam em torneios restritos e jogos amigáveis - estes assim chamados por não darem acesso a qualquer troféu, não porque os jogadores entrem em campo para brincar à rodinha.
Os jogos e torneios da pré-época valem o que valem: servem para os jogadores se conhecerem, para se habituarem a ser equipa. E sim, todos os troféus são importantes - mas a pré-época pouco ou nada influencia a época.
Ontem o Benfica confirmou a conquista, sem qualquer derrota e apenas um golo sofrido, da International Champions Cup 2019.
Parabéns, mereceu, mais um troféu prestigiante, agora olhos na época.
O Sporting perdeu o Troféu Cinco Violinos, não ganhando qualquer jogo na pré-época.
Acontece, não é o fim de nada; aliás, não é o princípio de nada, apenas um aquecimento.
Por isso um dos cabeçalhos que encontro hoje ser deprimentemente ridículo:
Que vergonha de jornalismo... Apesar de alguns festejarem empates como vitórias, é ridículo ver tal manifestação estampada num cabeçalho.
E assinalar a ausência de triunfos nada acrescenta - nem à não-notícia nem à Supertaça que se irá disputar. Verdadeiro exemplo de dar uma no cravo e outra na ferradura, tentando atrair adeptos de vários clubes e aumentar as visualizaçõe$.
Já que estou a falar da Supertaça, do começo da época e de vergonhas, aproveito para deixar nota de que alguns, talvez a maioria, dos blogues sportinguistas, sempre tão lestos a atribuir ao Benfica as asneiras de alguns adeptos, foram incapazes de ecoar o discurso de Lage na vitória do Campeonato ou as palavras difundidas na newsletter do SLB apelando ao fair play dentro e fora do campo. (Original aqui)
Quanto à Supertaça, que seja um bom momento de futebol. E que vença o melhor em campo, de preferência o Benfica!
Malta, ganhámos o 37!
E as nossas atletas ganharam a Taça de Portugal!
Podemos, se fizerem favor, gritar:
RUMO AO 38! RUMO AO 1!
Sim?
PARABÉNS A ELES E A ELAS!
imagem retirada do santanostalgia
Espero que Chalana tenha tido um dia feliz.
Desejo que consiga recordar a goleada de hoje por muitos e suaves anos.
Qualquer Benfiquista gostaria de ver um jogo assim no seu aniversário!
Por falar nisso, faço anos Quinta-Feira...
No Sapo 24 de hoje, aparece um artigo intitulado
"Premier League: três motivos para perceber o ódio entre o Arsenal e o Tottenham".
Não li o artigo. O título foi suficiente para perceber qual é o principal motivo.
Na Premier League, ou nas ligas com os nomes dos patrocinadores, os adeptos da violência surgem nas bancadas mas também nos cabeçalhos dos jornais. Resta-me esperar que, nestes, seja por inadvertência editorial - por advertência já cansa.
Mas, porque me atenta muitas vezes o bichinho do benefício da dúvida, fui investigar o que diz o autor sobre si, e descubro que quem assim escreve é "um jovem treinador" que trabalha "na terra de sua majestade", ainda que venere Bobby Robson e não Isabel II.
Passou, assim, de articulista a treinador que usa a palavra ódio para se referir à animosidade entre alguns adeptos de clubes rivais - para mais num país que teve graves problemas de violência entre adeptos e que entretanto os conseguiu controlar.
Serei apenas eu que considero o conjunto uma deprimente normalidade?
Desejo sinceramente que este "jovem treinador" amadureça o suficiente para perceber que ser treinador não se esgota no treino do jogo, que o treinador treina mentes e molda indivíduos.
Desejo também que, no processo, se aperceba da diferença entre escrever qualquer coisa na comunicação social, tarefa para treinadores de bancada, e a responsabilidade que deveria orientar profissionais quando peroram sobre a sua área temática. Não?
Importamos tanta coisa da China, podíamos importar também esta decisão...
Sou a favor da meritocracia, portanto os bons têm que ser mais bem remunerados que os assim-assim, os maus não devem ser remunerados porque não têm lugar na profissão e os excelentes devem ter remunerações de excelência. Não se trata, assim, de retirar mérito a quem o tem.
Por outro lado, a vida profissional enquanto atleta de alta competição tem um prazo muito limitado e incerto; aliás, normalmente só dura até mais de metade da idade da reforma prevista pela lei para o comum dos mortais se se for atleta de xadrez - e nem vou entrar pela questão de o xadrez ser um desporto... Assim, é lógico que, sendo uma profissão de alto desgaste e sobre cuja duração apenas temos certeza de ser breve, as remunerações sejam mais elevadas do que as praticadas noutras profissões.
No entanto, e por muito que a indústria do desporto, ou melhor, de alguns desportos, mova e influencie PIB e Bolsa de vários países, a verdade é que neste século atingiram-se patamares absolutamente pornográficos, o que dilatou ainda mais o fosso entre os atletas, as expectativas e o comum dos mortais que alimenta tudo isto.
Sou a favor de tectos salariais. Num mundo perfeito tais tectos seriam desnecessários porque a meritocracia seria transversal à sociedade. Mas não é, apenas é transversal a quem vende nesta sociedade de consumo exacerbado.
Assim, aplaudo esta tendência lançada do outro lado do mundo.
Principalmente porque, sendo o investimento chinês cada vez maior nas antigas empresas públicas portuguesas, pode ser que finalmente as administrações de tais empresas comecem a ganhar ordenados condignos...
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.