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cabeçalho sobre foto de Erika Zolli
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Não, os fins não justificam os meios.
Uma notícia deve ser dada com o máximos de factos e o mínimo de opinião, e não pode ser retocada por efeitos de luzes e de sombras.
De notar que facto só tem um sentido: acontecimento, real. Portanto, anormalidades como factos inventados ou factos exagerados são oximoros e não cabem neste texto.
As medidas tomadas pela Administração dos EUA no combate aos ilegais revoltou muita gente, e as imagens das crianças chorosas e isoladas dos seus pais magoou-nos nos nossos medos de crianças e nas nossas certezas de adultos.
Uma imagem forte move muita indignação - ou pelo menos levanta indignadas vozes. E foram muitas as imagens que correram jornais, telejornais, redes sociais. O Ocidente convulsionou-se - e, à falta de um amplexo único, notou-se a sincronização imediata e genuína dos coros de protesto.
Entretanto, uma das fotografias foi reclamada pelos autores como estando fora de contexto. Vergonhosamente, a imagem foi manipulada, não na montagem mas porque não relacionada com os factos.
Este não é o caminho, não pode ser o caminho, certamente não é o meu caminho.
Que indignação pode ser legitimada por uma falsidade? E o ruído que se cria em volta da indignação que, justificada e suportada em factos, tem como bandeira uma mentira?
A credibilidade sai derrotada - não a credibilidade da notícia mas a credibilidade dos factos!
Os fins justificam os meios mais honestos e delicados porque delicada a situação e honesta a indignação. Tudo o mais destrói, corrói, corrompe a força da razão.
Trump recuou. Quero acreditar que devido a emoções fortes suscitadas por imagens verdadeiras.
Há que repudiar as acções indignas.
A da administração Trump foi.
A do jornalista José António Vargas foi. E deve ser denunciada, repudiada, até criminalizada - se não por questões fundamentais de ética, então que por questões objectivas de dolo: são estas manipulaçõe que dão força às alegações de factos alternativos. E estes têm a razão da força.
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