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Paradoxo do silêncio

por Sarin, em 17.08.18

015982_Detalhes.jpg

 (fonte da imagem aqui)

 

 

 

Do que tenho lido, a maioria das gentes que se têm manifestado em blogues acha que não se deve receber Marine porque, além de lhe dar palco para difundir a sua mensagem de ódio, não haverá argumentário que demova as suas políticas.

 

 

É aqui que entendo residir a falha: acharem que, no diálogo, quem importa é Marine ou os Nacionalistas. 

Não! Quem importa são os hesitantes, os distraídos, os atraídos pelo discurso eivado de aparente preocupação social. Os órfãos de segurança e os abandonados à dúvida.

São estes que têm de ser dissuadidos, esclarecidos, alertados.

 

Marine e os seus correligionários têm todas as certezas e todas as respostas imediatas com soluções imediatas para problemas imediatos - e têm a sua crença, portanto são inamovíveis.

 

Porque os problemas são profundos e transversais, as soluções não são nem imediatas nem definitivas. Por isso exigirem negociação, por isso demorarem, por isso serem meias respostas. Fracas respostas, até, porque o equilíbrio é infelizmente ténue.

Quem hesita, quem receia... quer respostas, quer medidas. E vê ou é levado a ver os ensaios de resposta como se incapacidade... ao mesmo tempo que não vê ninguém a assumir, ninguém a discutir as fraquezas dessas respostas e os seus porquês - ninguém a identificar e a arrostar com as nossas responsabilidades para podermos avançar para as soluções.

E ainda recusam debater com quem aparentemente tem todas as respostas! Aparentamos medo perante quem usa o medo como arma...

Os Nacionalistas agradecem; no lugar deles, rejubilaria: é uma questão de tempo. 

 

Porque enquanto nos manifestamos para que Marine não venha - não vá - não seja, Marine sem falar chama a si os órfãos e os abandonados.

 

 

[Cuidemos de todos cuidando de nós: Etiqueta respiratória. Higiene. Distância física. Calma. Senso. Civismo.]
[há dias de muita inspiração. outros que não. nada como espreitar também os postais anteriores]

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lançado às 14:20

Onde ideias-desabafos podem nascer e morrer. Ou apenas ganhar bolor.


Obrigada por estar aqui.



15 comentários

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De júlio farinha a 18.08.2018 às 22:32

Cara Sarin, sou sensível à sua tese sobre o esclarecimento dos hesitantes e enganados, mas Le Pen não é ingénua e também procura, por seu lado, consolidar os seus argumentos perante tais indecisos. Dar-lhe a palavra é oferecer-lhe o flanco.
A maioria não racista não é obrigada à tolerância à ditadura. A educação pelos direitos do homem faz-se no contexto da prática democrática. Existe um preconceito pequeno burguês que se enuncia assim : não é democrata, quem não dá a palavra a anti democratas. Ora, a democracia é o poder da maioria, não é o poder de todos.
Segue-se daqui a pertinência do dito atribuído ao revolucionário francês, Marat: nenhuma liberdade para os inimigos da liberdade. - por muito radical e extremista que isso nos pareça.
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De Sarin a 18.08.2018 às 23:08

Mas, Júlio, não contesto o direito de lhe não dar palco.
Pessoalmente, nunca a convidaria.
Contesto veementemente que se pressione quem lho dá para que lho tire. Porque esse "quem" não é o Estado, é um terceiro. E os convidados desse terceiro são cidadãos no pleno gozo dos seus direitos.

Da mesma maneira que dizemos que ela é inimiga da Liberdade, também ela diz que os inimigos da Liberdade são os imigrantes e os muçulmanos e os que não são heptanetos de franceses brancos... e quem duvida vê os mesmos argumentos - pior, vê-nos os argumentos mas não propostas. Quem tem medo procura respostas no curto prazo. Não pensa nas consequências, não pensa nas implicações, não pensa.

[a palavra a quem a quer]




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