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cabeçalho sobre foto de Erika Zolli
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Em menina, perdia-me numa caixa preta lacada, pinturas estranhas e incrustações de madre-pérola... onde, além da bailarina que rodopiava na plataforma de espelho e do Danúbio Azul que com ela ondulava, havia umas funduras onde dormiam brincos e pulseiras e colares, coloridas saudades trazidas na mala de guerra, 2 anos perto do Índico em vez de aqui connosco à beira-Atlântico porque o Império assim mandava. O guarda-jóias era da minha mãe, a mala do meu pai, meu o tempo assim esquecida do tempo naquela caixa.
Não eram os colares que me atraíam. Eram a bailarina e a música quase etéreas, eram as sementes e as madeiras e os vidrilhos cheios de cores e cheiros e sonhos exóticos... e era a gaveta de segredo, descerrada por um alfinete tocando um ponto que mal se notava no vermelho acetinado do forro.
Longos minutos embevecida a mirar as maravilhas naquela caixa, daquela caixa.
Esta Caixa? Nada a ver, só os segredos e o tanto mas tanto ainda por saber!
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