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Sei que teremos eleições legislativas em 6 de Outubro.

Sei que a campanha anda na rua (e pergunto-me se não seria melhor trocar comícios e arruadas por sessões de esclarecimento em anfiteatros), os debates estrelam nas televisões (uns mais do que outros, no intento de que no centro esteja a virtude) e a rede transborda de opinião acusação emulação (análise nem tanto) - e sei que tenho um postal que não me sai dos dedos.... a ele chegarei.

 

Mas hoje interessa-me falar da Europa. Mais concretamente, do artigo 7 do Tratado da União Europeia, o tal de Maastricht, artigo que prevê a suspensão de alguns dos direitos, incluindo o direito de voto, do Estados quando estes violem os valores fundamentais da UE: o respeito pela dignidade humana, a liberdade, a democracia, a igualdade, o Estado de direito e o respeito pelos direitos do Homem, incluindo os direitos das pessoas pertencentes a minorias.

Concordo com sanções quando os Estados incumprem tais valores. Sanções ao nível da suspensão de fundos comunitários, ao nível de coimas, de obrigação de fiscalização e acompanhamento. Mas discordo aberta e profundamente da suspensão do direito de voto. Porque ou a UE assume que é uma federação e os Estados não são soberanos, ou então não podemos permitir que uns decidam sobre matéria comum que afecta a política interna de todos. Não posso, não consigo aceitar que governantes não eleitos se imponham aos cidadãos -  pior, que se imponham aos cidadãos de outros Estados sem que os próprios governantes tenham o poder do voto.

Por outro lado, se um país não cumpre os princípios mais basilares que nos devem unir, qual o seu papel na União? Porque a União não é apenas económica e aduaneira - aliás, é aduaneira exactamente por se partir da premissa que respeitamos os mesmos princípios básicos. Mas a União também não pode ser uma forma de colonização...

 

Há muito para rever na União Europeia. Penso que poderíamos começar por aqui: 

O Conselho prepara-se para activar o art.º 7 contra a Hungria. É um processo que poderá levar anos, mas que envolve os membros do Conselho Europeu. Que é composto pelos chefes de Estado ou de Governo de cada Estado-Membro.

Dia 6 de Outubro vamos ter eleições legislativas, das quais sairá a composição da Assembleia da República e, presumivelmente, o cidadão que será indigitado pelo Presidente da República para formar o Governo deste Estado. Já alguém ouviu os candidatos a PM dedicar uma única palavrita ao assunto? E à Europa?

galo.jpg

imagem: flickr

 

[Cuidemos de todos cuidando de nós: Etiqueta respiratória. Higiene. Distância física. Calma. Senso. Civismo.]
[há dias de muita inspiração. outros que não. nada como espreitar também os postais anteriores]

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lançado às 16:54

Onde ideias-desabafos podem nascer e morrer. Ou apenas ganhar bolor.


Obrigada por estar aqui.



41 comentários

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De Sarin a 17.09.2019 às 22:20

Não o levo a mal, vivo na esperança de que o Robinson um dia seja mais assertivo na escolha que faz das palavras :)
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De Robinson Kanes a 18.09.2019 às 10:46

Assertividade não é sempre aquilo que queremos ouvir :-)
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De Sarin a 18.09.2019 às 11:44

De forma alguma!
Mas também não é usar as palavras que apetecem e depois lamentar-se que não o perceberam ou que lhe dão um peso indevido às palavras.
Já lho disse outras vezes: não confundo conteúdo e forma. Discordar é bom, mas aprecio os argumentos - e o Robinson tem-os. O que aparentemente não tem é a capacidade de os usar sem que explicitamente diga que são os únicos aceitáveis - os verbos e advérbios são terríveis.
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De Robinson Kanes a 18.09.2019 às 15:11

Se me permite, não vou levar esse tipo de lições, sobretudo vindo de si. Se quer interpretar as coisas com aspereza é um problema seu (e já não é a primeira queixa que tem neste aspecto e também já não é a primeira vez a tentativa fácil de humilhação)... Tentei por três vezes dar a oportunidade de vir aqui discutir assuntos sérios mas a Sarin acaba sempre por marchar melhor que os demais... Eu estou a marchar mal e, como lhe disse das outras duas, vezes... Tem a razão toda do seu lado, não fique melindrada e assim encerra-se a discussão e todos ficamos contentes. Lembra-se de ter criticado a "minha" citação: do controlo da liberdade? A qual a Sarin foi contra? Pois bem, não se contradiga ;-) É sempre bom dizer que os outros estão errados quando não dizem aquilo que queremos ouvir :-)

É o seu espaço, está no seu direito, como eu estou no direito de já não voltar, perdeu o interesse, pelo menos para mim, como já fiz com outros três sempre que assim acontece - e como também já terão feito comigo certamente, é a lei da "blogolândia" :-)


Bom trabalho e muito sucesso :-)

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De Não Identificado a 18.09.2019 às 15:29

O Robinson entenda como quiser. Mas abstenha-se de falar em humilhação, quando é o Robinson que entra a dizer que os temas não são devidamente abordados - tem sempre a hipótese de os abordar como quiser, tem sempre a hipótese de sugerir outras abordagens. Mas insiste em dizer que são os outros - que não abordam, que não são claros, que não sabem, que não percebem, que não qualquer coisa... No caso, e se o Robinson acha que dou às suas palavras um peso que elas não têm, poderia ter tentado usar outras, a Língua Portuguesa é riquíssima e não duvido que o Robinson o saiba.
Ou poderia ter tentado explicar a leveza que lhes queria dar, mas não. Nem agora nem nunca nos nossos debates. Dos quais desisti há muito, como terá notado pela minha ausência no seu blogue. 


Sobre Liberdade, dei-lhe todas as liberdades para se expressar. Ao contrário do que defende o R., a Liberdade não precisa de controlo. As pessoas é que precisam de aceitar que a Liberdade tem consequências - no caso, o R. ouvir o que não gosta.
Boa continuação.
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De Ricardo Nobre a 18.09.2019 às 22:03

Desculpem meter-me na conversa, mas, como tantas vezes me acontece, para falar de um pormenor completamente acessório à discussão. No caso, queria sublinhar a «Boa continuação», que é uma das expressões de despedida mais bonitas da língua portuguesa.
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De Sarin a 18.09.2019 às 22:49

É uma despedida em traço paralelo :)
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De Sarin a 18.09.2019 às 15:32

A anónima sou eu!

[a palavra a quem a quer]




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e uma viagem diferente



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