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imagem retirada do Jornalismo PortoNet
Uma vítima não é necessariamente uma vítima mortal.
Segundo a Pordata, em 2017 verificaram-se mais de 34000 acidentes de viação com vítimas.
Feridos registaram-se quase 44000, e mortos 510.
No Polígrafo, a propósito da verificação da frase de Marta Temido, dizem que o número de vítimas de erro médico será superior às vítimas de acidentes de viação,
1. Apresentando como dado "um valor entre 1300 e 2900" vítimas de erro médico;
2. Dizendo que o valor acima é estimado, "Estima-se", sem identificar Quem o estima. O Como também seria interessante conhecer, até porque em 2017 as queixas entradas no DIAP de Lisboa foram 60, sendo esta a única divisão que tem estatísticas desta queixa - conforme o noticiado em Janeiro de 2018 pelo Jornal de Notícias.
Muito pouco claro, ainda mais num jornal que se dedica à verificação de factos.
Em 10 minutos, uma breve pesquisa; e além dos dados que apresento no início do postal, descobri que a entidade que estimou os números de vítimas de erros médicos foi a Neglimed, associação de vítimas de negligência médica, e que apresentou tais valores sem identificar o prazo em que ocorreram os erros a que reportam. Além disso, tudo indica terem sido considerados nestes valores, cuja fórmula de apuramento desconheço, tanto vítimas de erro como vítimas de negligência.
Não é a primeira falha que detecto no Polígrafo - tenho ainda os alertas que lhes enviei nos dias 7 e 12 de Novembro, sobre o nome do baixista dos Queen, John Deacon trocado por um qualquer Roger Deacon desconhecido, ou sobre a classificação "pimenta na língua" (notícia escandalosamente falsa) atribuída a afirmações de Rui Vitória, em que este "mentiu" por se ter enganado numa diferença de 1,3% dos resultados obtidos na Champions... mas serão questões de somenos, estas que agora aponto. Não deixando de ser imprecisões jornalísticas a cuja correcção, apontada, ninguém deu crédito, serão pormenores de "bola" e "música", portanto nada de verdadeiramente importante.
No entanto, os dados e interpretações divulgados a propósito da verificação de factos feita à frase de Marta Temido, são graves, pois além de não serem suportados em factos replicam conclusões que induzem em erro - são, infelizmente, sensacionalistas.
Duvido que este postal seja lido por alguém daquele jornal, mas fica o alerta: nem todas as verificações de factos se cingem aos factos.
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