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A diminuição do território da Palestina é um facto, não uma falsa história.

A guetização dos palestinianos é um facto, não uma inverdade.

A restrição do acesso à água, às rotas mercantis e à circulação dos palestinianos entre os seus territórios são factos, não teorias da OLP.

E perante o cartoon de Vasco Gargalo vêm o embaixador e o líder da comunidade judaica em Portugal falar em anti-semitismo? Em banalização do Holocausto?

Banal é a violência política exercida por Israel sobre a Palestina desde 1947, data em que os judeus voltaram à pátria milénios depois de a terem deixado. Um péssimo exemplo de ajuste de contas com a História, um revisionismo que tornou um povo sem país num país sem escrúpulos.

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Vasco Gargalo, António... qual o cartoonista português que se segue nesta purga sionista e semítica da Liberdade de Expressão? E quantos de nós continuaremos do seu lado neste mundo de pressões imediatas com fins mas sem Princípios?

Recordo as recentes reacções ao Especial de Natal do Porta dos Fundos, e temo. Temo os "Liberdade de Expressão, sempre!, mas" cada vez mais frequentes, temo os "deviam era fazer humor com" de quem vacila entre censurar a obra ou censurar a ousadia, temo as "dizem o que querem e não queriam ser ameaçados?" de quem ignora olvida ou detesta a ideia de ser possível argumentar sem ameaças e responder sem censuras...

... temo pela nossa sociedade.

Mas, aqui,

Não, passarão!

Tenha vergonha, Senhor Embaixador!

 

[Cuidemos de todos cuidando de nós: Etiqueta respiratória. Higiene. Distância física. Calma. Senso. Civismo.]
[há dias de muita inspiração. outros que não. nada como espreitar também os postais anteriores]

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lançado às 22:13

Onde ideias-desabafos podem nascer e morrer. Ou apenas ganhar bolor.


Obrigada por estar aqui.



10 comentários

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De Ricardo Nobre a 06.02.2020 às 21:48

Talvez antes de falarem de anti-semitismo fosse conveniente esclarecer porque é que as acções anti-palestinianas são bom-semitismo.
Quanto à liberdade de expressão, já falámos: há equívocos na sua interpretação. Talvez o problema seja nosso, na forma como interpretamos «liberdade», ou como os outros lêem a palavra com a oração concessiva «desde que possa haver censura».
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De Sarin a 09.02.2020 às 09:07

Olá, Ricardo!
O bom-semitismo, parece-me, será todo aquele que permita o aumento de poder do Povo Eleito - acções a que já Golda Meir chamava sobrevivência. Mas ela dizia que demonstrava poder para viver em paz com os vizinhos, estes limitam-se a acabar com os vizinhos usando fórmulas experimentadas por outros. No entanto, desconfio que a explicação deles será muito diferente e pegarão apenas numa muito pequena parte do discurso de Golda para justificar a Guerra dos Seis Dias.
As orações concessivas... desconfio que os deuses são sádicos que concedem o livre arbítrio exactamente para lançar o caos e permitir a autofagia.
Recuso outra interpretação, mas desconfio que seremos cada vez menos os que o faremos - o The New York Times, o Courrier International, qual será o próximo bastião a tombar, a ceder arrastando com ele milhares, talvez milhões?
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De Ricardo Nobre a 09.02.2020 às 14:12


Para se comentar sobre a questão israelo-palestiniana é preciso muita delicadeza porque nela se misturam história, religião, política e economia. Não penso que deva haver facções sempre a favor de uns e contra outros para que a crítica de uns não seja imediatamente o apoio de outros; e sobretudo é necessário acautelar o preconceito. Seja como for, parece que o bom senso faria partir a análise de pontos de vista dos direitos humanos — o que o seu texto faz, tal como o mencionado boneco do António.
A meio destes debates sobre liberdade de expressão, leio no Público que no estado brasileiro de Rondónia já se começaram a perseguir os clássicos da literatura. Não me parece mal debater o cânone e a sua adequação ao ensino — o que me parece francamente abjecta é a fraqueza argumentativa dessas decisões. Sem nada para os substituir, acabarão por abaixar (ainda mais) o nível intelectual dos alunos. Tivemos mães de Bragança, mães do Pedro Nunes e agora temos políticos da Rondónia.
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De Sarin a 09.02.2020 às 15:49

Concordo com a não existência de facções quando se discute qualquer questão, caso contrário será menos discussão e mais combate. Mais concordo nesta questão, pelas vertentes que aponta mas também pelo comportamento "do outro lado" - o Hamas não é propriamente uma associação de gente pacífica e tolerante defendendo o seu direito à vida.
Mas no meio destas guerras ficam presos aqueles que apenas querem viver, e não consigo perceber a dualidade de critérios que o Ocidente usa. Já me terá lido sobre aquilo que chamo "a síndrome do colonizador", um eterno sentimento de culpa que leva os ex-colonizadores a serem mais tolerantes com aqueles que terão sofrido a sua colonização. Penso que, no caso de Israel, a culpa se relacionará com o Holocausto e com os vários pogrom da História - embora a Alta Finança também ajude. O que me deixa furiosa - os direitos humanos querem-se universais, não um exclusivo de alguns.


Também li a notícia das listas de livros retirados das escolas. Debater o cânone? Concordo, as políticas educativas devem evoluir - embora literatura seja mais do que a mensagem escrita. E não percebo a lógica: listas de livros aconselhados, sim, mas listas de livros desaconselhados é uma inversão do próprio processo educativo. Que, temo, seja exactamente o pretendido: baixar ainda mais o nível intelectual dos alunos.
Um povo analfabeto funcional fica bonito na estatística e na fotografia do redil.
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De /i. a 06.02.2020 às 22:39

Exactamente, Sarin.
Fala-se muito das fake news... Israel há muito que pratica essa modo de dar as notícias.
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De Sarin a 09.02.2020 às 09:10

Olá, /i.
Se praticassem apenas esse modo de dar notícias, menos mal - o problema sempre foram as notícias não dadas. As acções abusivas transvestidas de actos de sobrevivência com o beneplácito do Ocidente.
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De João Silva a 09.02.2020 às 15:03

Revi-me logo no título, para depois mw rever nas palavras restantes. Um excelente domingo e uma semana feliz. Beijinhos 
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De Sarin a 09.02.2020 às 15:55

O título, por si, já coloca vários pontos nos iii... mas poucos o pensaremos assim, suponho.


Boa semana, João, beijocas :)
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De José da Xã a 17.02.2020 às 18:34

Sarin,


temo que a nossa liberdade esteja em perigo. Com os Trumps, Erdogans, Maduros e outros no poder por esse mundo fora, receio que o futuro seja muito negro.
Resto de boa semana!
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De Sarin a 11.03.2020 às 11:12

Está negro, sim, José - e agora, entre surto e pandemia, mais uma crise com o petróleo. Entre pais que pedem que o Estado proíba os filhos de viajar na viagem de finalistas e bancos que ameaçam com desemprego caso de travem as comissões, está aberta a porta para todos os abusos de autoridade.


Retire-se do panorama algo de menos mau: a Cofina já não compra a TVI, um correio-da-manhosice a menos, e o Porto resmunga com o VAR por 3cm mas 4cm é das regras cumprimento. Ou comprimento, que um centímetro vale afinal mais do que ouro.
Beijos ;)

[a palavra a quem a quer]




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