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Sentimentos ambíguos, estes que tenho por Elizabeth Gaskell e o seu Norte e Sul...
Numa daquelas maratonas Netflix lembrei-me de pesquisar uma série que me encheu doze serões de Domingo com tanta ternura como raiva, tanta força como lágrimas... Essa mesma, aquela Norte e Sul com um Patrick Swaize lindo de morrer numa história dura de sentir para os meus 14-15 anos.
Encontrei outro Norte e Sul. Da mesma época - mas este escrito enquanto vivido. Numa Inglaterra cheia de Sol e algodão nos anos 1860. Uma série muito boa (BBC, 2004), à qual apenas lamento a falta de um episódio que não sincopasse o último.
A meio da série pausei para um telefonema. Que sim, que tinham o livro na loja - e comecei-o nesse mesmo dia. Depois de acabada a série, claro, a Netflix esquecida num canto com a televisão e a box e todas aquelas coisas que não cheiravam a livro novo.
Escrito no Outono/Inverno de 1854/55, foi originalmente publicado em folhetins semanais na Household Words, revista dirgida por Dickens. Que não se chateou por Gaskell ser mulher, que fique a nota! No entanto, a história teve que ser encurtada por motivos editoriais, e Elizabeth contou em 20 folhetins o que projectara para 22. Nota-se. Aquando da publicação em livro, a autora conseguiu atenuar os efeitos deste corte, pôde reescrever o final, sem o alterar mas completando-o, retocando as pontas soltas que, soube depois, são afinal o episódio que (não) faltou à serie. Mas o livro continua a ser muito, muito bom!
E os sentimentos ambíguos devem-se a não saber se me irrito com Dickens por ter mandado encurtar a história ou com Gaskell por não o ter mandado bugiar!
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