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(fonte da imagem aqui)
O conselho deontológico do Sindicato dos jornalistas condenou a TVI pela exibição no Jornal das 8 do dia 17 de Janeiro, e repetido nesse mesmo dia no programa Ana Leal, de uma reportagem sobre o caso Manuel Maria Carrilho e Bárbara Guimarães, com identificação e divulgação de imagens dos filhos menores do ex-casal.
A resposta da TVI foi repetir o programa às 2 horas do dia 19 de Janeiro.
Esclarece outro jornal, na abertura da sua versão da mesma notícia, que segundo a lei, os órgãos de comunicação social que divulguem elementos que permitam identificar jovens em perigo estão a cometer um crime, princípio que estará na base de tal condenação.
O conselho deontológico condenou. Os jornalistas visados, e os seus empregadores, ignoraram ostensivamente esta condenação. O que fará o Sindicato? Assumirá a sua função de único regulador desta massa disforme que é o jornalismo português actual, ou demonstrará a sua irrelevância assumindo que fez tudo o que devia ou podia?
Preocupo-me com a resposta, e sigo este e outros casos com atenção. Não os casos nas matérias divulgadas, mas os casos da divulgação das matérias. Porque corrigir tais casos é fundamental para a recuperação da credibilidade do jornalismo, e sem um jornalismo limpo não podemos ter uma democracia transparente. O quarto poder é o garante do escrutínio dos outros três, e se quem investiga, quem relata, quem expõe usa de artifícios e de desrespeito pela deontologia que os próprios traçaram, adulteram a notícia, inquinam o escrutínio, ferem a Democracia.
E esta é responsabilidade de todos os que a desejam.
Nota: Quero realçar a atitude de Garcia Pereira que, e como afirmou, enquanto advogado e enquanto cidadão, manifestou reiterada e veemente desaprovação pela publicação de tais imagens durante o programa; também Daniel Cotrim afirmou mais do que uma vez que não se iria referir ao caso apresentado por terem tais casos espaços próprios para serem analisados. Uma vénia perante tais posições, mantidas contra, e apesar de, todas as insistências de Ana Leal e de Sara Bento.
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