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cabeçalho sobre foto de Erika Zolli
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Abri a folha para escrever sobre um tema controverso - a eutanásia - e dei por mim a pensar nas amizades que fazemos e desfazemos ao longo dos dias.
Naquelas amizades que resistem à distância e se fortalecem ainda assim, como se cada sorriso comum fosse uma caixa inteira de vitaminas, cada mágoa partilhada fosse um frasco de óleo de fígado de bacalhau.
Há também as amizades que resistem à distância mas que se vão desenlaçando até viverem apenas de memórias. Ou talvez sobrevivam, em comum o passado e uns olás ocasionais que ainda transportam sorrisos, as lágrimas já não.
Li algures, ou talvez tenha ouvido num filme, que a partir de uma certa idade somos velhos para criarmos velhos amigos. E percebi que as amizades que se vão desenlaçando são isso, velhos amigos. Que as mantemos porque são a memória do nós que fomos, são quem conta as histórias que os novos amigos só conhecem das nossas palavras.
Ainda assim, prefiro as amizades que se renovam em cada gesto, as amizades com o botox natural de quem se ri connosco e até se ri de nós até nos rirmos também - só as amizades de muitos lifting sabem como nos repuxar a pele sem magoar.
Sou a favor da eutanásia. Mas isso fica para outro dia, que hoje é Domingo e vou aproveitar para telefonar às velhas amizades.
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