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Dia de Reflexão

por Sarin, em 23.05.19

Não sei em quem votar.

Não vejo os candidatos a defender qualquer posição,  projecto, ideia, ou, pronto, uma frasezita decente sobre a sua relevância no Parlamento Europeu. Nenhum me diz o que pretende fazer por lá, o que me deixa à consciência divagar o que quiser, que isto de ter opinião fundamentada exige ter onde a fundamentar, e o que resta é pré-conceito e imaginação...

 

Os nossos deputados candidatos a deputados dizem o que acham sobre o comportamento dos outros. Concordo que as políticas internas têm de ser coerentes com as posições defendidas em Bruxelas, mas com o debate centrado no que não foi feito é capaz de ser difícil apanhar o fio, não?

Fora das mesas onde se esperava que debatessem, eles gritam e gesticulam e riem alto e dão abraços nas feiras e nas ruas, e raios me partam se não fariam um brilharete como claque no Jamor!

Agora, como deputados candidatos a deputados... parecem não saber o que estão a fazer. Um houve, até, que não estando bem ciente do que anda a fazer, teve dúvidas também sobre o que fez e pediu ao Polígrafo para verificar. Então o deputado não poderia ter elencado, como tanto gosta de dizer, as tarefas a que deu corpo? E, necessário fosse, ter arrefinfado com as actas nas câmaras fotográficas de quem o disse preguiçoso, quiçá inútil? Só por ter pedido assessoria para algo tão ao seu alcance, deixou-me desconfiada das suas capacidades e desvelos. Ainda mais desconfiada, convém esclarecer.

 

Como vendo ouvindo e lendo esta gente não me safava, fui fazer os testes que por aí aconselham a quem tem dúvidas. Fiz e refiz, valha a verdade, e não adiantou: sei que projectos defendo, o problema é que, escolhendo os tais projectos, os resultados me devolveram deputados - e se é para ficar presa em rotundas, vou ali à do Sinaleiro que, dizem, ficou bem gira.

 

Portanto, vou mesmo ter de ignorar o futuro e olhar ao comportamento do passado. Torna quase irrelevante o tempo que dedico aos pequeninos, mas é o que há.

 

De qualquer forma, hoje é só Quinta, Sábado é que é dia de reflexão e, já agora, sempre visito a Feira.

 

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imagem: Visite Leiria

 

[Cuidemos de todos cuidando de nós: Etiqueta respiratória. Higiene. Distância física. Calma. Senso. Civismo.]
[há dias de muita inspiração. outros que não. nada como espreitar também os postais anteriores]

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lançado às 17:45

Onde ideias-desabafos podem nascer e morrer. Ou apenas ganhar bolor.


Obrigada por estar aqui.



40 comentários

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De Luísa de Sousa a 23.05.2019 às 18:06

Por acaso até sei em quem votar!
Sou fiel à minha ideologia!
Mas esta campanha eleitoral está a tornar-se fastidiosa.
Só sabem dizer mal uns dos outros e lavar roupa suja em público.
Assim não dá!
Na mesma, no sábado, vou reflectir!
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De Sarin a 23.05.2019 às 18:16

Sou fiel à minha ideologia, o problema é que esta não está concentrada num partido e o voto é apenas um - daí ter que olhar para o trabalho deles e votar nos que mais fizeram por aquilo que defendo. Quase atribuir ponderações positivas e negativas aos trabalhos, e votar em quem tiver mais pontos...
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De Luísa de Sousa a 23.05.2019 às 20:48

Aí está, "votar nos que mais fizeram por aquilo que defendo" ...
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De MJP a 23.05.2019 às 18:23

Vai mas é à feira e diverte-te!!!
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De Sarin a 23.05.2019 às 18:31

Dura um mês - há anos em que vou comer uma bifana e um churro, comprar um animal para a colecção de miniaturas e considero cumprida a missão, há outros em que... não, nem isso  
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De MJP a 23.05.2019 às 18:32

.
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De /i. a 23.05.2019 às 20:57

Irei votar... agora a dúvida é em quem. Claro que no Pedro Marques não. Foi um ministro ruinoso para o baixo Alentejo. Ele andou a fazer companha na fertagus, devia era ter andado na automotora que se apanha na Casa Branca para vir até à estação de Beja. 
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De Sarin a 23.05.2019 às 21:08

Continuam iguais às de há 20 anos? :))))


Coitados, eles fazem campanha onde os acarinham... Mas nem Pedro Marques nem Paulo Rangel nem Nuno Melo...
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De /i. a 23.05.2019 às 21:37

Sim. Para Évora a linha está eletrificada. Vens de Lisboa até à estação casa branca e está à espera uma automotora a diesel para levar os passageiros até Beja. Pois de casa branca até Beja a linha não está eletrificada. Entras noutra realidade!!! 
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De Vorph "ги́ря" Valknut a 24.05.2019 às 08:50

E claro é uma vergonha o IP9, assim como a CP....e o aeroporto uma humilhação
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De Vorph "ги́ря" Valknut a 24.05.2019 às 08:48

Mas quando e qual o governo que algums vez pôs Beja no "mapa" ( os que mais fizeram por Beja foram os alemães)? Beja de tão "anacrónica", " "parada no tempo", está a tornar-se uma cidade bonita para se  visitar e interessante para se viver. O grande problema é a falta de emprego e o fraco poder de compra da cidade e arredores.
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De Robinson Kanes a 24.05.2019 às 12:17

Eu não sou fiel à ideologia, até porque a ideologia cega leva a grandes desastres...


Devo ser dos poucos com coragem de dizer isto mas... É provável que nem sequer vá votar. E não me venham com a conversa de que depois não posso falar. :-)
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De Sarin a 24.05.2019 às 12:32

Ideologia é o conjunto de ideias e pensamentos, princípios e valores. Não tem, necessariamente, de estar alinhada com ideologias classicamente formuladas 
A ideologia não é cega, principalmente quando integra o princípio da tolerância, que por sua vez implica ouvir; a doutrina é que poderá cegar e, assim, segar a liberdade de pensamento ;)




É uma escolha, não votar. E não perde o direito de expressão por isso. Mas perde legitimidade, porque em democracia não existe o direito de não votar - votar é um dever, não votar é apenas opção. :)
Basicamente, em nada afecta o discurso excepto no que toca à consciência do próprio e à eventual confiança de quem o ouve - só saberemos que não votou se o disser ;)
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De Robinson Kanes a 24.05.2019 às 13:41

Ideologia é um conceito amplo, mas aqui estamos a falar de política e de votar em partidos, correcto? A ideologia também é cega, até porque, não raras vezes, bebe da doutrina. Indo ao encontro do que defende eu substituo ideologia por valores... E aí, acredito fazer mais sentido. Mas isso já entra numa discussão filosófica...


Em Democracia existe o direito de não votar... Podemos chamar-lhe opção, mas o facto de termos uma opção é um também um direito. Experimente ter opções em regimes totalitários...


Dizer que não se vota ou que se vota é também um direito, ou se publicita ou não se publicita... No entanto, e posto que falamos em legitimidade... Então porque é que em Democracia não se torna esse dever em obrigatoriedade? Era só um entre muitos... Além de que, continuo sempre na minha "parvoíce" a pensar no porquê da abstenção não ter uma estratégia de combate ou porque é que está não é valorizada - a mensagem que a mesma transmite é bem clara...
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De Sarin a 24.05.2019 às 14:04

Ideologia, aqui e neste contexto, continua a ser conjunto de ideais valores e princípios, com mais razão e mais força porquanto sou apartidária e defendo a reformulação das regras eleitorais. Insisto, uma ideologia não tem que estar alinhada com ideologias clássicas - estas, sim, matéria para discussão filosófica porque filosofias sociais políticas e económicas :)


Uma opção difere de um direito consagrado - não é questão de entendimento, é matéria constitucional. O direito é o de voto, que está constitucionalmente classificado como dever cívico. Não cumprindo os deveres, o cidadão perde legitimidade.
Robinson não tem porque comparar com países de regimes totalitários; basta-nos a Constituição.
Discordo da obrigatoriedade do voto exactamente porque aceito o direito de opção. Mas defendo a perda de benefícios - fiscais, sociais, ou outros. Não confundir benefícios com direitos - estes são inalienáveis da condição de cidadão!


Voto nulo branco e abstenção é tudo metido no mesmo saco - não tem leitura política, e não se devem aos mesmos factores, nem sequer a abstenção, pelo que discordo da clareza da mensagem (desinteresse da vida política? Discordância do regime? falta de alternativas?) Defendo que o boletim tenha a opção "Nenhum", e que a validação da votação exija um mínimo de votos.
O combate à abstenção passa por um conjunto de medidas concertadas, e implica mexer no quintal dos políticos - heresia!!!!
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De Robinson Kanes a 24.05.2019 às 15:12

Mas quem falou de ideologias clássicas? Além disso, estamos a misturar "alhos com bugalhos", até porque para o cidadão comum (onde eu estou) isso pouco interessa... Interessa-lhe um certo nível de bem-estar que vai para além do discernimento para o que é importante. E já nem falo da manipulação a que está sujeito e a que se sujeita.


Experimente optar sem ter direito a tal... Não compliquemos o que é simples :-)
"Robinson não tem porque comparar com países de regimes totalitários; basta-nos a Constituição."

Também a tivemos, a famosa de 1933... E não era propriamente um regime Democrático. as Constituições são "feitas" por quem governa em determinado momento, não são imutáveis.



Discorda do voto obrigatório, mas pune quem não quer votar num regime em que tem o direito (ou benefício se preferir) de escolher? Desculpe, mesmo com direitos e deveres à mistura, não faz sentido - muito menos sentido faz quando foca os "sociais". Existem muitas formas de "obrigar as pessoas a..." e assustam-me sempre as mais "amigas do cidadão".


100% de acordo com o último parágrafo, só acrescentava algo mais: educação.
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De Sarin a 24.05.2019 às 15:55

Robinson, o Robinson começa por me dizer que a minha ideologia não é ideologia apenas porque não concorda com o conceito - que não foi estipulado por mim. :)


Depois vai buscar regimes totalitários e a Constituição de 1933 para justificar o direito de opção - que lhe não foi negado - e assim justificar o direito de não votar - em resposta à minha afirmação de que o direito consagrado é o do voto, cf. a  Constituição (que presumivelmente seria a em vigor, não supus necessário explicitá-lo).
Não estou a complicar nem a misturar alhos - falo da Lei Fundamental vigente, falo de direito nela consagrado e falo de ideologia, não de ideologia ou doutrina partidária. :)


Afinal, Robinson está, apesar do meu alerta, a confundir direitos e benefícios. Um direito é consagrado, e a punição com perda de direitos é uma punição do foro criminal. Benefícios são adicionais e dependem da acção ou inacção. Um benefício não é um direito por si, depende de uma atitude. Por exemplo, no acesso a fundos comunitários todos têm direito a concorrer desde que cumpram determinadas requisitos - mas há lugar a majorações (benefícios) mediante determinadas condições. O voto pode ser uma dessas majorações. E estamos a falar de benefício social. Para benefício fiscal, consideremos por exemplo redução em impostos anuais, por exemplo 2% IMI e IUC.
Mais uma vez, os direitos individuais do cidadão não estão em causa.
Porque Isto de se ser democrata e viver em democracia joga para os dois lados, e não se pode querer viver e usufruir de tudo sem cumprir a respectiva parte - que não se limita a pagar impostos. Não é obrigado a votar. E não perde direitos, liberdades e garantias por isso. Simplesmente, quem vota tem bónus. :))


A Educação é a base de tudo. Funciona no médio e no longo-prazo. No curto, as medidas têm de ser outras: alteração da postura dos políticos, transparência, ética, justiça, proximidade... e mexer no bolso. Só mexendo no seu bolso os cidadãos se mexem rapidamente. Infelizmente.
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De Robinson Kanes a 27.05.2019 às 11:48

Uma coisa é o que eu acho, outra coisa é o que está estipulado... Além de que cabalmente não eliminei o conceito de ideologia da conversa, "vá" :-)


Não fui buscar esses regimes para defender o meu direito ao voto, bem pelo contrário... ;-)


Olhe que não, olhe que não... Apesar do seu alerta, é preciso ter muito cuidado com os conceitos, aliás, já numa outra dicussão a Sarin deixou-se levar pela interpretação directa e pelo conceito em si e interpretou-me mal. Nem sempre a perda de direitos reveste um cariz criminal (isso é outra discussão). Se existe um benefício é porque por detrás também existe um direito a, sobretudo na situação em que estamos a discutir - noutras áreas pode ser diferente. Até porque, sabemos que em política podemos chamar a mesma coisa de vários nomes - sobretudo se quisermos chegar a um certo intento. Outra coisa é também um processo altamente burocrático e com trâmites muitos específicos, o voto é um voto... Além disso já estamos a entrar em algo que não é político mas sobretudo económico e se quisermos, social.


Os direitos estão sempre em causa e aí volto ao que já defendi acima: para que o voto se cumpra está a chantagear o cidadão, é como estar a criar um voto obrigatório (que a Sarin "condena"). Volto a assumir que prefiro uma posição de "força" a pequenas punições mascaradas de bondade - a História já nos ensinou como é que isso tende a acabar. Reduzir 2% no IMI e no IUC é simplesmente atroz para com o cidadão.


A Democracia (sobretudo num conceito mais actual) é mais do que votar e pagar impostos e a prova de que o é são os resultados das últimas eleições em termos de abstenção. O conceito de Democracia vai muito para lá de tudo isso e cingirmos isso ao voto e aos impostos é, no mínimo... redutor. :-)


Boa semana...


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De Sarin a 27.05.2019 às 12:23

Não vou continuar a discutir os conceitos, até porque Robinson queixa-se de leituras literais quando o que se pretende é falar objectivamente.


Está, mais uma vez, a confundir direitos fundamentais com benefícios - não é a política que lhe dá os nomes que se quiser, são os políticos que, em vez de estipularem objectivamente as regras, gostam de deixar zonas cinzentas onde os demagogos florescem como cogumelos.


A democracia parece ser muito menos do que isso que diz, e exactamente por causa da abstenção: quer-se direitos liberdades e garantias, mas alguém que escolha o outro alguém que tratará disso, que para reclamar por cafés e redes há sempre quem.


Numa sociedade onde se quer o mérito, Robinson insiste em chamar punição à não recepção de prémio? Ou achará que todos têm direito a medalha, esforcem-se ou não?


Sobre o voto, e já que prefere posições de força, que propõe? Como pretende lidar com a abstenção no curto prazo?
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De Robinson Kanes a 27.05.2019 às 13:15

Sim, mas também sabe por certo que a interpretação tem muito que se lhe digae convenhamos, por aqui, (e também contra mim falo) nem sempre somos objectivos...


2º parágrafo: sejamos objectivos, a política é feita por políticos.


3º parágrafo: a Democracia é muito e muito mais do que aquilo que digo.


4º parágrafo: estamos a misturar muita coisa. Cuidado com o mérito em direitos - de mérito percebo eu :-))) já me "entalei" muito por causa da defesa que faço do mesmo.


Eu disse que preferia uma posição de força a outras posições de força camufladas - agora fui objectivo também :-)))
Como pretendo lidar com a abstenção a curto prazo: mais transparência, mais equidade, mais justiça (estou a ser vago mas se começo a especificar não vou sair daqui) mais responsabilidade, mais leis que façam sentido, mais sentido de Estado, menos corporativismo mais educação e por aí adiante... Se todos os dias fizermos um pouco de tudo isto, vai ver que a abstenção vai baixar. Infelizmente também não é uma temática que possa ser pensada a curto prazo.





"Está, mais uma vez, a confundir direitos fundamentais com benefícios - não é a política que lhe dá os nomes que se quiser, são os políticos que, em vez de estipularem objectivamente as regras, gostam de deixar zonas cinzentas onde os demagogos florescem como cogumelos.


A democracia parece ser muito menos do que isso que diz, e exactamente por causa da abstenção: quer-se direitos liberdades e garantias, mas alguém que escolha o outro alguém que tratará disso, que para reclamar por cafés e redes há sempre quem."



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De Sarin a 27.05.2019 às 14:14

Está a ver a insistência na confusão? Mérito nada tem a ver com direitos. Direitos são do cidadão pelo facto de ser cidadão, não se merecem. O que se merece são prémios, benesses e benefícios.


Não é temática para ser pensada a curto prazo, não - já a penso e defendo há muito :)
O combate à abstenção tem de ser estabelecido para durar, para ser assimilado - Mas a abstenção tem também de ser solucionada no curto prazo.
Tudo o que indica combate a abstenção, mas não no curto prazo. E sabe porque sei disso? Porque as eleições onde houve menos abstenção foram as da Constituinte em 1975, com 8,5%, e em 1980 este valor quase duplicou. As presidenciais de 1976 tiveram quase 25%.
Portanto, urge encontrar soluções no curto prazo -que, acredito, terão de passar ou por premiar quem vota (veja o pedido de facturas com a factura da sorte, isto sim uma anormalidade, premiar quem cumpre obrigações!) ou pela obrigatoriedade do voto, que eu condeno - e sem aspas.
Os hábitos instalam-se, e para os contrariar tem de se agir. Adiar a questão, ou dizê-la apenas resolúvel no longo prazo, mais não é do que rodear o assunto e contribuir para que tudo fique na mesma.
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De Robinson Kanes a 27.05.2019 às 15:25

Não é confusão, uma coisa são conceitos, outra coisa é a prática e o caminho desses conceitos.


Eu disse que mérito estava relacionado com direitos? Além de que essa ligação foi a Sarin que a trouxe... Mas adiante ;-)


Não é pensada e muito menos aplicada a curto-prazo além de que, no meu caso, não me arrogo no direito de dizer que sei que aquilo que defendo é a cura do mal, admito que possa não ser, mas provem-me o contrário... No entanto, uma coisa é um período pós-revolução e uma época/mentalidade totalmente distinta da actual... A História ensina-nos, mas também nos diz que temos de atentar ao presente e ao futuro. Premiar quem vota é errado... Aqui não temos acordo :-)


"Os hábitos instalam-se, e para os contrariar tem de se agir. Adiar a questão, ou dizê-la apenas resolúvel no longo prazo, mais não é do que rodear o assunto e contribuir para que tudo fique na mesma."
Totalmente em desacordo... O facto de agirmos só porque tem de ser já, além de revelar falta de capacidade de planeamento revela, muitas vezes, resolver o problema sem o pensar. Casos desses não faltam em Portugal, onde más políticas de curto-prazo dão votos e políticas de longo-prazo eliminam-nos... De facto, o povo gosta de ouvir as soluções hoje, mas cuidado... Sem estratégia e sem uma abordargem bem delineada, aí sim, estaremos a adiar a resolução do problema ou a criar outros tantos... Parar para pensar, delinear uma estratégia (sem cacofonia) e com tempos bem definidos, não é rodear o assunto, é abordá-lo de frente tendo em vista uma solução duradoura... O curto-prazo fica para o cataclismo e para os remendos, que também são necessários.
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De Sarin a 27.05.2019 às 15:59


A associação vem de si:
"Cuidado com o mérito em direitos - de mérito percebo eu :-))) já me "entalei" muito por causa da defesa que faço do mesmo."
Conforme lhe disse, muitos já pensaram o assunto muitas vezes, eu incluída; Robinson é que talvez não se tenha debruçado sobre a urgência de reverter a abstenção no curto prazo.
Além de que parece pensar que medidas de longo prazo e medidas de curto prazo são mutuamente exclusivas.
Agir com urgência não significa agir impensadamente - significa diagnosticar, definir medidas, aplicá-las e controlar o seu desempenho com objectividade e sem demagogias num prazo curto e a respeitar.
Porque não agir significa permitir o aumento do problema - e denota incapacidade para lidar com crises. Se uma abstenção de 70% nestas eleições e de 52% numas presidenciais de fim de duplo mandato não configuram uma crise da democracia, não sei o que configure.


Diz que percebe de mérito, mas parece não perceber que há mais emergências além dos cataclismos, que as medidas podem ser corrigidas após aplicadas, que falar sem concretizar é demagogia pura - a comissão provisória de transparência política, por exemplo.
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De Robinson Kanes a 28.05.2019 às 10:08

Baseada na associação que fez, mas adiante... Daqui a pouco estamos a falar do "comité do comité do comité... :-)


"
 significa diagnosticar, definir medidas, aplicá-las e controlar o seu desempenho com objectividade e sem demagogias num prazo curto e a respeitar.

"



E acha que tudo isto, num país como Portugal, se faz no curto-prazo? Boa sorte :-) 
Mas diga-me, o que é curto-prazo para si? Sem parâmetros é mais complicado discutir a questão. 


"
Além de que parece pensar que medidas de longo prazo e medidas de curto prazo são mutuamente exclusivas.

"



Parece, mas não é... Não me entenda mal e não sei onde viu isso ;-)


"
Porque não agir significa permitir o aumento do problema - e denota incapacidade para lidar com crises. Se uma abstenção de 70% nestas eleições e de 52% numas presidenciais de fim de duplo mandato não configuram uma crise da democracia, não sei o que configure.

"

Eu não falei em não agir, não me entenda mal (mais uma vez). Mas resolver crises com paliatiativos também não nos leva a lado nenhum... Além de que, mais do que curto e longo prazo, é preciso fazer uma correcta análise do problema e aqui ninguém está a morrer (talvez a Democrcia, mas essa não morre só com a abstenção)... Gestão de crise tem muito que se lhe diga e requer uma análise concreta do problema, que poderá levar a uma acção imediata ou não... Ou melhor, até  uma acção imediata e posterior resolução do problema! Mas se entende de emergências também sabe que a resolução das mesmas está sujeita a muitos factores e nem sempre o "real desenrascanço" resolve o problema, apenas protela um problema ainda maior...  Em política, é utópico encarar que um assunto deste se resolve em semanas ou meses.


Ai pode crer que percebo, sobretudo quando tento promover o mesmo contra tudo e contra todos, especialmente incompetentes que pretendem saltar por cima dessa questão...


Mais uma vez, insiste em colocar palavras na minha boca ou atitudes que não tenho quando o essencial é a discussão, até porque no final acaba por corroborar o que eu disse... ;-)
Em relação às emergências, também penso que já lhe terei respondido acima... É mais fácil ir a correr com a primeira mangueira que se encontra, o problema é se não percebemos que estamos a apagar um fogo que não se elimina com água.


Daqui já não há muito a dizer, já percebemos os pontos de vista de cada um, até uma nova discussão ;-)
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De Sarin a 28.05.2019 às 10:21

Faz,faz-se no curto e no médio e no longo-prazo, depende das equipas de trabalho - e eu sei porque já integrei várias.


O Robinson anda às voltas nas palavras, mas medidas concretas nem uma :) Assim, nem é bem discussão, é carrossel.
Não acha que a democracia esteja em risco pela falta de representatividade - eu acho.
Não acha que se devam tomar medidas no curto prazo - definido pela proximidade de dois actos eleitorais imediatamente a seguir às férias parlamentares - eu acho.
Não apresenta nem uma proposta concreta, antes não avança das declarações de intenções - eu apresento, e são estas que realmente me interessam discutir.
Perde-se em desconstrução de conceitos - também gosto de jogos de palavras, mas não era o que estávamos a fazer.


Até uma próxima :))


 
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De Robinson Kanes a 28.05.2019 às 15:47

Ainda bem que sabe... Mas não é a única ;-)
"
O Robinson anda às voltas nas palavras, mas medidas concretas nem uma :) Assim, nem é bem discussão, é carrossel.
"
Não lhe vou responder a esta provocação (nem esperava tamanha agressividade ao facto de eu querer dar por finda a conversa), até porque a teria de colocar na mesma posição... Mas se der uma vista de olhos pelo meu espaço, penso que se sentirá obrigada a dizer o contrário... Mas se quer uma medida, digo-lhe já uma (e até das mais simples): já arriscou o trabalho e até a vida por combater um caso de corrupção? Pois bem... Tem aí a resposta. Combata-se a corrupção e também se combate a abstenção (basta ver o que dizem os não votantes). Se não for suficiente... Quantas vezes já enfrentou políticos mesmo quando o tentaram comprar com o cartão do partido? Por aqui me fico, até porque ir mais longe leva a detalhes que não quero aqui expostos! Boas voltas no carrossel ;-)


P.S.: até apresentou algumas medidas, permita-me a auto-correcção - medidas que são autênticas punições mascaradas de bom senso. Sem jogo de palavras, não vale tudo para fazer valer a nossa ;-) (pode ser uma boa medida de curto-prazo)


;-)










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De Sarin a 28.05.2019 às 16:28

Volto a dizer, Robinson, não foi discussão, foi carrosel - não estávamos, não estamos (e nem o costumo fazer) a falar de méritos ou deméritos próprios, mas de medidas práticas. Que o Robinson não apresentou, ficando-se pelo arejar de ideias vagas.


Não foi agressividade, foi constatação - por agressividade poderia ser tomado o seu discurso sobre ideologia, onde me negou o direito a uma :)) mas não o entendi assim.
Quando chegámos às medidas é que a conversa emperrou, o pragmatismo a ser empurrado pelas voltinhas ;)


Voltaremos ao tema, certamente - afigura-se recorrente nos próximos tempos.
E concordo, Robinson, não vale tudo para levarmos a nossa avante, muito menos referências veladas a conhecimentos e experiências - aqui somos o que dizemos ;)
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De Robinson Kanes a 29.05.2019 às 09:24

Tem razão ;-)
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De António de Almeida a 24.05.2019 às 18:12

A imagem de Leiria traz-me à memória excelentes recordações, também uma má recordação (mão partida) embora até essa acabasse por ter um lado bizarro e divertido. Passei algum tempo e gosto da cidade, mas não a visito faz tempo...
Falando em testes, não sei se fez este:
https://yourvotematters.eu/en/

Foi dos melhores que vi, vale o que vale.
Curioso em perceber o nível de abstenção no próximo Domingo em Portugal. Mas hoje o assunto é Londres, caramba, liguei a tv e, aquilo parece um sketch dos Monty Python, humor inglês...
Cumprimentos
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De Sarin a 24.05.2019 às 18:31

Para sketch, o de Andy Serkis também estava muito bom!
May não se podia demitir antes das eleições, o vácuo é imprevisível - veja que nas municipais quase anularam o UKIP, não ligaram ao Brexit Party e penalizaram 1/3 dos lugares dos conservadores; e ainda assim Farage liderava as sondagens. Suponho que apenas por piada, ninguém supunha ir a votos.


Esta não é uma boa época para se ser abstencionista. A Europa é um navio cujos botes salva-vidas se assemelham a jangadas de pedra.


Penso que já o fiz, mas na dúvida tentarei esse teste. De qualquer   forma, estou doente, se não me esclarecer sempre me entretenho :))
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De António de Almeida a 24.05.2019 às 18:36

Começo por desejar as melhoras, uma vez que está doente.
May não se demitiu antes das eleições, mas um dia após. Decorreram ontem no UK. Mas nem esperou pelo resultado (acredito que saibam as projecções), pelo que muito provavelmente os tories foram varridos do mapa. Mais uma curiosidade em saber o resultado por lá...
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De Sarin a 24.05.2019 às 18:50

Obrigada, chatices crónicas que com este tempo instável dão episódios agudos. Mas superam-se, nada de demasiado grave.


Exacto, foram ontem, daí a minha análise - se se tivesse demitido antes, ninguém saberia o resultado, tamanha a deriva. Porque têm que ir a eleições, o RU não aguenta o impasse e ainda um segundo PM não sufragado.
Assim, Corbin e os europeístas pegam no leme, perante a ameaça de secessão do reino o Parlamento convoca novo referendo, e pronto. 3 anos de atraso e de dinheiro gasto.
Não sei como terão reagido às europeias, penso que muitos terão votado na brincadeira pensando que, como dizia May, não chegarão a tomar posse...  
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De António de Almeida a 24.05.2019 às 19:00

Mas ao que parece os tories não admitem ir a eleições e preparam uma disputa interna. Ao que ouvi, o ministro da Justiça e Boris Johnson já chegaram à frente, veremos se haverá mais...
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De Sarin a 24.05.2019 às 19:06

Não, eles não admitem - mas não está apenas nas suas mãos, com as Câmaras em guerra e o parlamento escocês à beira da rebelião, tudo isto regado com duas derrotas num mês...
 Estou há ano e meio a apostar quando perderá a Rainha a compostura. 
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De António de Almeida a 24.05.2019 às 19:09

Sobre o parlamento escocês, julgo que será inevitável um novo referendo pela independência. Sobre o resto, tenho que admitir que não sei, isto ultrapassa tudo o que vi, estou curioso...
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De Sarin a 24.05.2019 às 19:16

O que venho afirmando resulta de leituras minhas, não tenho qualquer informação além daquela a que acedo em jornais :))


Mas o padrão parece desenhar-se a ele mesmo - e ninguém quer perder a Escócia, a maior fatia de ZEE...
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De Sarin a 25.05.2019 às 21:43

Já agora, e sem saber como será o dia de amanhã, Parabéns por hoje :)
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De António de Almeida a 25.05.2019 às 21:47

Não posso dizer que merecemos, mas que lutámos até ao fim, é inquestionável.
Obrigado.
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De Corvo a 25.05.2019 às 00:04


Cara Sarin: sem pretender influenciá-la, dado que também navego por desconhecidas marés, que tal fazer como eu e votar na Marisa Matias.
Não se adiantará mais nem menos do que votar em qualquer um, mas fica-se de coração aliviado por se votar numa grande benfiquista.
Eu fico.
Um excelente fim-de-semana
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De Sarin a 25.05.2019 às 00:16

Não está excluída - mas, caro Corvo, não será pelo benfiquismo :))
(até porque nestas eleições anda aí um espanador de penas de avestruz armado em pavão que os não-benfiquistas dizem ser benfiquista - e nós bem sabemos que não!)


Bom fim-de-semana, e não se engane no voto, que desta vez são tantos quadradinhos que até parece o totoloto!

[a palavra a quem a quer]




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e uma viagem diferente



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