Imagem do blog - Gaffe
cabeçalho sobre foto de Erika Zolli
Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Eu, mulher, posso fazer tudo.
A Carta dos Direitos Humanos assim o diz, repete-o a Constituição do meu País.
Sempre o ouvi na minha família - ouvi e vi. Por isso cresci a afirmar que eu, mulher, posso fazer tudo.
Há coisas que não farei tão bem, outras não farei tão rápido, e outras não farei porque não quero ou não gosto. Mas posso-as todas, todas cabem nas minhas possibilidades de Mulher.
Mulher, não Super-Mulher, portanto nada de poder impossibilidades físicas como a ubiquidade ou metafísicas como a omnisciência.
Mulher, não Besta, portanto nada de poder impossibilidades humanistas como atentar contra os direitos fundamentais dos outros.
Eu, mulher, posso tudo - mas não consigo perceber que haja quem não o perceba.
Que haja quem ensine que a mulher "não pode" por ter dois cromossomas XX não ter um cromossoma Y.
Que haja quem aceite que a mulher "não pode" porque tem um aparelho reprodutor diferente.
Que haja quem afirme "não posso, sou mulher" porque dá jeito. Porque há quem o afirme como lamento, e talvez não tenha chegado ainda ou tenha chegado tarde ou desconheça as suas forças ou não consiga ter mais força... mas a estas, percebo.
Que a mulher, ao ficar em casa para gerir lar e família, fique por opção e não por obrigação.
Que a mulher, ao usar um qualquer véu e caminhar atrás do homem, use e caminhe por opção e não por submissão.
Que a mulher, ao adiar os filhos e dedicar-se à carreira, que adie e se dedique por opção e não por pressão.
Que a mulher, ao ser sensual e praticar sexo, que seja e pratique por opção e não por violação.
E que a mulher, ao falar, fale como cidadã e não como secundária.
Fica um texto muito interessante de O mundo em calções.
Vai bem com a ironia de Peggy Lee.
And that's all.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.