Imagem do blog - Gaffe
cabeçalho sobre foto de Erika Zolli
Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Estará Nuno Melo a tentar seguir a fórmula de Bolsonaro? Misturar política e fé resultou lá, talvez resulte cá - afinal, o Estado é laico mas o País, não.
Não contesto a fé de cada um, mas considero uma angustiante falta de seriedade trazer a religião para o discurso político. Separação de poderes é bom.
Os religiosos fazem política pois políticos são todos os actos de intervenção social. Mas fazer política difere de interferir na vida político-partidária, embora haja uma longa tradição de religiosos a interferir, mesmo depois de 1974 - desde o antigo Bispo de Braga ao recente P. Gonçalo Portocarrero de Almada, este em permanente campanha velada.
Não posso nem quero pedir aos indivíduos do clero, enquanto indivíduos, que fiquem de fora do partidarismo, até porque a cidadania deve ser exercida por todos - embora acredite que o ascendente espiritual de um líder sobre os seus fiéis possa condicionar e confundir nestes o voto em consciência.
Mas posso pedir aos partidos que deixem de fora as evocações e as invocações religiosas. A menos que tenham a religião como programa de campanha, o que lhes seria legítimo - mas não é o caso.
Estas alusões a símbolos religiosos permitem a quem ouve identificar-se não com a política mas com a fé manifestada - é um apelo à emoção e não à razão. Que, por acaso, é o que define o populismo.
foto Miguel Pereira da Silva/Lusa, recolhida na TSF
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.