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Pois não sei se
<<as notícias publicadas contra ele servem para desviar as atenções de “pessoas que cometeram crimes e abusaram de um sistema (...)">>
mas tem toda a razão ao dizer deste sistema
<<"que, sobretudo até 2008, concedeu à supervisão bancária poderes legais limitados e assentou numa excessiva confiança na gestão privada dos bancos e na pretensa autorregulação dos mercados financeiros”>>
Isto diz Vítor Constâncio no jornal Expresso sobre processar o jornal Público, noticia o Jornal Económico.
1. Acho muita graça a este excesso de jornais, noticiar num o que alguém diz noutro sobre um terceiro.
Por outro lado, a declaração de intenção individual, o "ir fazer", já foi elevada a categoria de notícia. Por antecipação da dita, suponho. Resta-me o consolo de saber que, se entretanto o protagonista mudar de ideias, estarei a braços com a pertinente dúvida de ter isto sido ou não uma fake news; e, não mudando, com a desconcertante certeza de que os mesmos jornais publicarão uma notícia que, afinal, já não o é.
2. Não acho graça nenhuma a estas sanhas persecutórias que analisam o passado exigindo-lhe mecanismos que então não existiam.
Nada de confusões: a inexistência dos mecanismos deve-se aos mesmos agora auditados tanto quanto aos, senão os mesmos então primos (mas não inter pares), auditores. Não invalida a sua responsabilidade, apenas a reflecte noutro ângulo da mesma questão.
Fossem os senhores deputados tão diligentes a balizar os objectivos das leis como são os advogados a avalizar as letras e os créditos, e não apenas lhes seriam mais fáceis as audições como, até, desnecessárias. Porque, entretanto, a banca continua assaz desregulada e as comissões parlamentares de inquérito já fazem parte do rico anedotário nacional.
3. Desconheço os pormenores da trama entre Constâncio e o Público. Reconheço apenas a constância da coisa: nós, público, seremos sempre os tramados. Talvez porque nos mantenhamos isso mesmo, público, desengraçada assistência, e desgraçadamente não assistamos à coisa pública quando precisa de nós.
E tu, onde estavas?
imagem em Boho Weddings & Life
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