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intenso encontro

a sarin desafiou e a abelha respondeu, desafiando também. desenfiei-me como pude

por Sarin, em 18.02.21

 [escrever um texto sem uma única letra "a", no máximo, em 100 palavras]

Chema Madoz

 

Recordo o doce gesto que me estremeceu, o teu corpo no meu, envolvidos.

Começou num lento peso doble, lento beso doble, lento, e logo eu estendendo-me no teu seio, entregue nesse ir e vir dolente que foi o teu. Tremi sentindo-te forte, duro, o meu corpo derretendo-se sob o teu peso, premido, premente... Nisto minutos esquecidos, tu e eu e os sussurros perdidos entre corpos, entre nós. 

 

De súbito, o frio que me quedou inerte e informe. Ergueste-te e foste-te, e nem um último vislumbre, os meus sentidos sem norte, o meu corpo sem sorte estendido sem rumo.

Fiquei, só.

 

[100]

 

 

imagem de Chema Madoz

 

uma resposta ao meu desafio, solicitada pela Ana de Deus

é, também, um desafio da abelha

o meu está aberto a todos os que visitam este burgo. a Almoxarife, a Menestrel e a Bobo agradecem a participação. eu agradeço ainda mais.

 

[Cuidemos de todos cuidando de nós: Etiqueta respiratória. Higiene. Distância física. Calma. Senso. Civismo.]
[há dias de muita inspiração. outros que não. nada como espreitar também os postais anteriores]

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lançado às 15:35

sardinhas e heróis e outras gentes

por Sarin, em 17.02.21

Porque não há respostas certas quando as perguntas são muitas. E eu fiz apenas uma. Que encerra uma miríade.

Um postal com uma pergunta feita pela manhã.

Um postal com muitas perguntas soltas pela noite.

Sobre Heróis. Sobre heróis nacionais e sobre assassinos.

Convido-vos a visitar ambos os postais.

sardinhaSemlata - é clicar e andar até ao postal da manhã

 

e

 

sardinhaSemlata - é clicar e andar até ao postal da noite

 

 

[Cuidemos de todos cuidando de nós: Etiqueta respiratória. Higiene. Distância física. Calma. Senso. Civismo.]
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lançado às 22:35

"A Sarin lança um desafio"

por Sarin, em 12.02.21

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Há semanas encalhada nesta preia mar que me deixa os pés húmidos de limo e conchas, as agitadas águas ribombando mas ainda não aqui. Longe, os dias em que navegava as sete partidas de pena em punho, em cada porto uma palavra trocada, em cada rum uma história partilhada.

Não recuperarei as marés. Mas tentarei atravessar todos os mares antes navegados e lograrei aportar a todos os blogues-ilhas que amiúde visitava. Não sei se algum submerso já, desconheço as novas rotas...

E o triunvirato aqui do burgo também não tem estado muito activo, devo confessar. Por isso resolvi-me a pedir cartas de marear: de uma assentada, descobrirei o que há fora daqui, e deixarei Almoxarife, Menestrel e Bobo em roda-viva!

 

Desafio-vos a depositarem na minha mão os tesouros mais bem guardados da vossa blogosfera:

I. Aquele postal que gostariam tivesse tido destaque nacional.

II. O favorito que guardaram e leram com mais emoção.

III. O postal ou o artigo, vosso ou de terceiros, cujo comentário gostariam de me ter lido.

Sim, é um desafio egoísta, quase exclusivamente para meu recreio e conforto. Mas têm o brinde de me me mandarem para o cesto da gávea: comentadeira que sou, escreverei sobre os temas que me trouxerem... o leme é vosso.

Sou ambiciosa, mas peço-vos clemência: recordo não ter navegado por meses, provável é que confunda as velas e me enrole nos cordames.

Ainda assim, acordemos uma regra - apenas  serão partilhados tesouros datados de entre 1 de Julho e 11 de Fevereiro. Ou duas - a partilha durará enquanto durar, pois mais são as marés que a marinheira e terei de me equilibrar entre o passadiço e a espuma dos novos dias.

E concordemos que, havendo ilhas para lá do nosso charco, o desafio se estende às praias onde o lusco-fusco deste burgo seja menos que escuridão. Todos serão bem-vindos, se por bem. Tenham ou não blogue, pois que este é feito por quem o escreve mas também por quem o lê.

 

Bem sei, peço-vos demasiado. E nem posso dizer não ser para mim, mas para uma amiga... no entanto, não me ocorre melhor forma de vos revisitar o passado.

Como dito em Junho, espero encontrar-vos aí.

 

 

Faço, às 22h40, uma adenda em jeito de esclarecimento:

Este postal será afixado nos meus desafios. Gostaria que as respostas fossem dadas aqui nos comentários, a fim de todos podermos consultar as vossas sugestões. Deixem, pf, as ligações aos postais devidamente numeradas, para que se perceba qual é qual. Sabem que acabarei por comentar todos os postais sugeridos, mas pretendo dedicar um postal a cada um que indicarem ser o III.

Nomear-vos-ei sempre que vos responder, para que possam contra-argumentar na hora ;)

Obrigada por me adoçarem o retorno.

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lançado às 08:45

O lugar na História

ou As armas dos barões assim ralados

por Sarin, em 11.02.21

Mural no Centro Histórico de Lisboa

Mural de Casa de Fado no Centro Histórico de Lisboa
imagem recolhida no BestGuide

 

Um dos meus postais de ontem no sardinhaSemlata, O Portugal que somos, recebeu um comentário que, focando-se num ponto abordado, me recordou várias polémicas ainda recentes, entre elas a vandalização da estátua do Padre António Vieira e o projecto para eliminar os brasões da Praça do Império. Ao escrever a resposta, entendi merecer esta mais luz do que lhe caberia em sorte se numa caixinha de comentários.

Com um abraço ao José Silva da Costa (também conhecido por Cheia), que o deixou, transcrevo a frase que deu ensejo a este postal.

Não será  arrasando símbolos, nem reescrevendo a História, que conseguiremos corrigir o que está errado.

Infante D. Henrique na Conquista de Ceuta (pintura em azulejo)

Infante D. Henrique na conquista de Ceuta (pintura sobre azulejo, Séc. XVI)
imagem recolhida no Comunidade Cultura e Arte

A História tem de ser escrita, discutida e reaprendida, pois que mal apreendida e, por isso, mal aprendida. Porque reinventada foi ela durante muitos anos, e tão reescrita foi que quase apagaram da nossa história multicultural os não cristãos e os não brancos, reservando-lhes um papel quase marginal e nada abonatório. Salazar inventou o sermos de brandos costumes para nos manter sossegados, a nós, que tivemos um Rei, um Príncipe Herdeiro e um Presidente da República assassinados só no primeiro quartel do Séc. XX, a nós, que nascemos pela mão de um jovem que se insurgiu contra a mãe. Tanto o acreditaram que ainda o acreditamos, basta ver como se defendem e difundem os pátrios méritos nos Descobrimentos, esse momento simultaneamente glorioso da nossa ciência e decadente da nossa civilização. Nem falo do revivalismo que anima alguns nacionalistas impados de purismo pela raça lusa - a que pertencerão exclusivamente os nados e criados entre Douro e Tejo, o que exclui um orgulhoso nacionalista como Diogo Pacheco de Amorim mas, curiosamente, inclui os cavalos de Alter, que nisto de purismos há que o ser por inteiro.

Neste escrutinar da História há que ouvir, ligar, analisar todos os ângulos e todos os registos e todas as memórias, cientes de que a sentirá pessoal quem a viveu ou lhe sente as dores. Mas escrutinar não tem de ser julgar, não pode ser julgar o que aconteceu. Os valores, as leis, a moral e os costumes são distintos dos de então - as sociedades não são já as mesmas, qual o sentido de julgar as de antanho?

É nesta pergunta que, aparentemente, esbarra aquilo a que chamam Politicamente Correcto. Porque se julgar de nada serve, pedir desculpa ajuda a descerrar e, também, a encerrar o luto, a deixar em paz o passado, a fazer as pazes com a História.

E depois há os símbolos. Os símbolos, essas representações identitárias que os viventes consideram imutáveis e que dependem, afinal, das sociedades. Como o bezerro de oiro, são substituídos e abandonados numa mesma geração ou podem sobreviver a várias. Quantas bandeiras não teve já Portugal? Não, os símbolos não traduzem a História, traduzem momentos - e são moldados conforme outros momentos.
Por mim, não destruiria. Enquadraria. Explicaria.
Mas percebo os que se queixam da dor que o símbolo provoca, melhor os percebo quando o símbolo  representa, e eternamente evoca, injustiças então socialmente aceites e ainda não sanadas.
Tomemos como exemplo a Ponte 25 de Abril, originalmente nomeada Ponte Salazar. Se percebemos que manter-lhe o nome seria reavivar a dor de quem sofreu às mãos da Ditadura, como não perceberemos a dor que judeus ou ciganos possam sentir por séculos de sonegação da cidadania, como não perceberemos a revolta dos descendentes de escravos perante símbolos que enaltecem e evocam a dor dos seus ancestrais?
 
Sempre nos disseram pertencer a História aos vencedores, e daí talvez tantos se desgostarem do que agora vêem. Porque assistimos à revolta daqueles que nos habituámos a considerar vencidos, e estranhamos a mudança de algo que nos era normal. E que nada teria de mal - até percebermos o mal que pode ter.
 
Não peço desculpa pelo passado, mas exijo-as a quem me representa.
E não peço desculpa pelo aplauso perante o reclamar do lugar na História, apenas lamento só agora.
Que a História nos seja de quem a viveu. Que nela consigamos alicerçar sociedades maduras.
 
 
 
Nota 1: reparo, abisonhada, que ambas as polémicas exemplificadas se referem a Lisboa. Não haverá semelhantes manifestações noutras zonas do país? E ser-nos-á, afinal, tão importante o que se passa na capital, sublinhando assim o estribilho de sermos paisagem?
 
Nota 2: Caso haja interesse na minha opinião sobre a invocada polémica dos brasões, fica a ligação ao meu tardio comentário no postal do Filipe Vaz Correia, caríssimo amigo e almirante da sardinhada.
 
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lançado às 21:13

sardinha portuguesa, com certeza

por Sarin, em 10.02.21

As eleições presidenciais mereciam-me uma reflexão.

À distância a que reflecti, ou os resultados reflectiram, sei lá!, várias são a conclusões, mas tudo se resume afinal a uma:

Passem no sardinhaSemlata para saber.

é clicar, é clicar!

 

Bom, talvez não apenas a uma...

Estes, o que aqui agora e o outro a que se liga, eram os postais escritos na semana passada, mas consegui lançá-los no único blogue onde não veriam a luz, pois que apenas usado para as nomeações. Podem rir, eu mereço.

Mas porque a semana passada acabou por me sair em claro, esta semana a sardinha sai em dobro. Às 9h00 e às 18h00. Serão sempre bem-vindos, se e quando por lá passarem.

 

E sim, todos os comentários serão respondidos. Incluindo os feitos em postais anteriores. Até já.

 

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lançado às 10:00

Uma sardinha que vota

por Sarin, em 21.01.21

Ontem naveguei até ao sardinhaSemlata, lentamente arrastando as barbatanas para ir falar de eleições. Das nossas eleições. Ou melhor, para falar dos candiadtos e do boletim de voto. Porque este mês, esquiva que ando, não tenho falado de outra coisa que não votar, votar, votar. 

Portanto, sim, ontem fui falar sobre votar ao sardinha. Foi quase hoje, mas ainda foi ontem.

E fui também na quarta-feira anterior, embora o postal onde o anunciava tenha ficado nos rascunhos... paciência. Sai tudo agora, como na caldeirada. Afinal, o tema é o mesmo. Bom apetite, se por lá passarem.

 

sardinha fresquinha de ontem

sardinha de 20 de Janeiro

 

sardinha enjoada de há 8 dias

sardinha de 13 de Janeiro

 

sardinha seca de há 15 dias

sardinha de 6 de Janeiro

 

Entretanto, a Amoxarife, a Menestrel e a Bobo têm saudades do burgo, silente há demasiado tempo. Resolveram encurtar a viagem, portanto não se assustem se recomeçarem a ver gente pelas ruas.

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lançado às 08:00

SEFardinha

por Sarin, em 16.12.20

Quarta-feira. Dia de chuva, dia de Inverno. Dia de sardinhaSemlata.

E eu lá fui, falar de um dos assuntos do momento que me atormenta há muito: o termos polícias a receber imigrantes. O termos imigrantes a serem recebidos por polícias. O termos polícias a maltratar imigrantes. O termos imigrantes a morrer às mãos de polícias. O termos polícias infiltradas pela extrema-direita.

Causa e efeito? Passem no sardinhaSemlata para saberem o que penso.

sardinhaSemlata

 

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lançado às 12:19

Onde ideias-desabafos podem nascer e morrer. Ou apenas ganhar bolor.


Obrigada por estar aqui.




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e uma viagem diferente



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