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cabeçalho sobre foto de Erika Zolli
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[escrever um texto sem uma única letra "a", no máximo, em 100 palavras]
Recordo o doce gesto que me estremeceu, o teu corpo no meu, envolvidos.
Começou num lento peso doble, lento beso doble, lento, e logo eu estendendo-me no teu seio, entregue nesse ir e vir dolente que foi o teu. Tremi sentindo-te forte, duro, o meu corpo derretendo-se sob o teu peso, premido, premente... Nisto minutos esquecidos, tu e eu e os sussurros perdidos entre corpos, entre nós.
De súbito, o frio que me quedou inerte e informe. Ergueste-te e foste-te, e nem um último vislumbre, os meus sentidos sem norte, o meu corpo sem sorte estendido sem rumo.
Fiquei, só.
[100]
imagem de Chema Madoz
uma resposta ao meu desafio, solicitada pela Ana de Deus
é, também, um desafio da abelha
o meu está aberto a todos os que visitam este burgo. a Almoxarife, a Menestrel e a Bobo agradecem a participação. eu agradeço ainda mais.
Porque não há respostas certas quando as perguntas são muitas. E eu fiz apenas uma. Que encerra uma miríade.
Um postal com uma pergunta feita pela manhã.
Um postal com muitas perguntas soltas pela noite.
Sobre Heróis. Sobre heróis nacionais e sobre assassinos.
Convido-vos a visitar ambos os postais.
e
Há semanas encalhada nesta preia mar que me deixa os pés húmidos de limo e conchas, as agitadas águas ribombando mas ainda não aqui. Longe, os dias em que navegava as sete partidas de pena em punho, em cada porto uma palavra trocada, em cada rum uma história partilhada.
Não recuperarei as marés. Mas tentarei atravessar todos os mares antes navegados e lograrei aportar a todos os blogues-ilhas que amiúde visitava. Não sei se algum submerso já, desconheço as novas rotas...
E o triunvirato aqui do burgo também não tem estado muito activo, devo confessar. Por isso resolvi-me a pedir cartas de marear: de uma assentada, descobrirei o que há fora daqui, e deixarei Almoxarife, Menestrel e Bobo em roda-viva!
Desafio-vos a depositarem na minha mão os tesouros mais bem guardados da vossa blogosfera:
I. Aquele postal que gostariam tivesse tido destaque nacional.
II. O favorito que guardaram e leram com mais emoção.
III. O postal ou o artigo, vosso ou de terceiros, cujo comentário gostariam de me ter lido.
Sim, é um desafio egoísta, quase exclusivamente para meu recreio e conforto. Mas têm o brinde de me me mandarem para o cesto da gávea: comentadeira que sou, escreverei sobre os temas que me trouxerem... o leme é vosso.
Sou ambiciosa, mas peço-vos clemência: recordo não ter navegado por meses, provável é que confunda as velas e me enrole nos cordames.
Ainda assim, acordemos uma regra - apenas serão partilhados tesouros datados de entre 1 de Julho e 11 de Fevereiro. Ou duas - a partilha durará enquanto durar, pois mais são as marés que a marinheira e terei de me equilibrar entre o passadiço e a espuma dos novos dias.
E concordemos que, havendo ilhas para lá do nosso charco, o desafio se estende às praias onde o lusco-fusco deste burgo seja menos que escuridão. Todos serão bem-vindos, se por bem. Tenham ou não blogue, pois que este é feito por quem o escreve mas também por quem o lê.
Bem sei, peço-vos demasiado. E nem posso dizer não ser para mim, mas para uma amiga... no entanto, não me ocorre melhor forma de vos revisitar o passado.
Como dito em Junho, espero encontrar-vos aí.
Faço, às 22h40, uma adenda em jeito de esclarecimento:
Este postal será afixado nos meus desafios. Gostaria que as respostas fossem dadas aqui nos comentários, a fim de todos podermos consultar as vossas sugestões. Deixem, pf, as ligações aos postais devidamente numeradas, para que se perceba qual é qual. Sabem que acabarei por comentar todos os postais sugeridos, mas pretendo dedicar um postal a cada um que indicarem ser o III.
Nomear-vos-ei sempre que vos responder, para que possam contra-argumentar na hora ;)
Obrigada por me adoçarem o retorno.
Mural de Casa de Fado no Centro Histórico de Lisboa
imagem recolhida no BestGuide
Um dos meus postais de ontem no sardinhaSemlata, O Portugal que somos, recebeu um comentário que, focando-se num ponto abordado, me recordou várias polémicas ainda recentes, entre elas a vandalização da estátua do Padre António Vieira e o projecto para eliminar os brasões da Praça do Império. Ao escrever a resposta, entendi merecer esta mais luz do que lhe caberia em sorte se numa caixinha de comentários.
Com um abraço ao José Silva da Costa (também conhecido por Cheia), que o deixou, transcrevo a frase que deu ensejo a este postal.
Não será arrasando símbolos, nem reescrevendo a História, que conseguiremos corrigir o que está errado.
Infante D. Henrique na conquista de Ceuta (pintura sobre azulejo, Séc. XVI)
imagem recolhida no Comunidade Cultura e Arte
A História tem de ser escrita, discutida e reaprendida, pois que mal apreendida e, por isso, mal aprendida. Porque reinventada foi ela durante muitos anos, e tão reescrita foi que quase apagaram da nossa história multicultural os não cristãos e os não brancos, reservando-lhes um papel quase marginal e nada abonatório. Salazar inventou o sermos de brandos costumes para nos manter sossegados, a nós, que tivemos um Rei, um Príncipe Herdeiro e um Presidente da República assassinados só no primeiro quartel do Séc. XX, a nós, que nascemos pela mão de um jovem que se insurgiu contra a mãe. Tanto o acreditaram que ainda o acreditamos, basta ver como se defendem e difundem os pátrios méritos nos Descobrimentos, esse momento simultaneamente glorioso da nossa ciência e decadente da nossa civilização. Nem falo do revivalismo que anima alguns nacionalistas impados de purismo pela raça lusa - a que pertencerão exclusivamente os nados e criados entre Douro e Tejo, o que exclui um orgulhoso nacionalista como Diogo Pacheco de Amorim mas, curiosamente, inclui os cavalos de Alter, que nisto de purismos há que o ser por inteiro.
Neste escrutinar da História há que ouvir, ligar, analisar todos os ângulos e todos os registos e todas as memórias, cientes de que a sentirá pessoal quem a viveu ou lhe sente as dores. Mas escrutinar não tem de ser julgar, não pode ser julgar o que aconteceu. Os valores, as leis, a moral e os costumes são distintos dos de então - as sociedades não são já as mesmas, qual o sentido de julgar as de antanho?
É nesta pergunta que, aparentemente, esbarra aquilo a que chamam Politicamente Correcto. Porque se julgar de nada serve, pedir desculpa ajuda a descerrar e, também, a encerrar o luto, a deixar em paz o passado, a fazer as pazes com a História.
As eleições presidenciais mereciam-me uma reflexão.
À distância a que reflecti, ou os resultados reflectiram, sei lá!, várias são a conclusões, mas tudo se resume afinal a uma:
Passem no sardinhaSemlata para saber.
Bom, talvez não apenas a uma...
Estes, o que aqui agora e o outro a que se liga, eram os postais escritos na semana passada, mas consegui lançá-los no único blogue onde não veriam a luz, pois que apenas usado para as nomeações. Podem rir, eu mereço.
Mas porque a semana passada acabou por me sair em claro, esta semana a sardinha sai em dobro. Às 9h00 e às 18h00. Serão sempre bem-vindos, se e quando por lá passarem.
E sim, todos os comentários serão respondidos. Incluindo os feitos em postais anteriores. Até já.
Ontem naveguei até ao sardinhaSemlata, lentamente arrastando as barbatanas para ir falar de eleições. Das nossas eleições. Ou melhor, para falar dos candiadtos e do boletim de voto. Porque este mês, esquiva que ando, não tenho falado de outra coisa que não votar, votar, votar.
Portanto, sim, ontem fui falar sobre votar ao sardinha. Foi quase hoje, mas ainda foi ontem.
E fui também na quarta-feira anterior, embora o postal onde o anunciava tenha ficado nos rascunhos... paciência. Sai tudo agora, como na caldeirada. Afinal, o tema é o mesmo. Bom apetite, se por lá passarem.
sardinha fresquinha de ontem
sardinha enjoada de há 8 dias
sardinha seca de há 15 dias
Entretanto, a Amoxarife, a Menestrel e a Bobo têm saudades do burgo, silente há demasiado tempo. Resolveram encurtar a viagem, portanto não se assustem se recomeçarem a ver gente pelas ruas.
Quarta-feira. Dia de chuva, dia de Inverno. Dia de sardinhaSemlata.
E eu lá fui, falar de um dos assuntos do momento que me atormenta há muito: o termos polícias a receber imigrantes. O termos imigrantes a serem recebidos por polícias. O termos polícias a maltratar imigrantes. O termos imigrantes a morrer às mãos de polícias. O termos polícias infiltradas pela extrema-direita.
Causa e efeito? Passem no sardinhaSemlata para saberem o que penso.
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