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30/30 Poema #3

A Sarin desafiou e a Isa Nascimento desafiou de volta... alerta , a letra e a pandemia à solta

por Sarin, em 23.02.21

[30 dias, 30 poemas]

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30/30 #3

o velho

 

tinha o riso já cansado e não quieto

os seus braços, baraços em desatino

que enleavam, enleados, no afecto

de um abraço mais lançado por menino

 

ondeava-lhe na voz o dialecto

cultivado entre alegre e saturnino.

na pele brilhando-lhe o Tempo, indiscreto,

como um mapa, em cada ruga um destino.

 

tremente traça os dias que já sobram,

serenado o suspiro que o percorre

e rejeitadas as saudades, nua a mão.

 

nos olhos, o que as pandemias cobram.

um velho tão sozinho assim não morre,

espera apenas o apagar-se em solidão.

 

 

uma resposta ao meu desafio, solicitada pela Isa Nascimento.

Que me repescou para um desafio navegado entre 30 de Julho e 28 de Agosto.

[ver poema anterior]

o meu está aberto a todos os que visitam este burgo. a Almoxarife, a Menestrel e a Bobo agradecem a participação. eu agradeço ainda mais.

 

[Cuidemos de todos cuidando de nós: Etiqueta respiratória. Higiene. Distância física. Calma. Senso. Civismo.]
[há dias de muita inspiração. outros que não. nada como espreitar também os postais anteriores]

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lançado às 22:32

Onde ideias-desabafos podem nascer e morrer. Ou apenas ganhar bolor.


Obrigada por estar aqui.



17 comentários

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De Sarin a 27.02.2021 às 16:21

Obrigada pela visita e pela apreciação, Gil Saraiva :)
A forma mais comum dos sonetos é, sem dúvida, o decassílabo, mas não é regra - aliás, os sonetos alexandrinos são dodecassílabos. Não quis um alexandrino clássico, tomar-me-ia mais tempo do que os minutos disponíveis (e nos dias seguintes falhei o desafio) mas também não quis obedecer à forma comum, ficar-me-ia muito por dizer.
Mais uma vez, obrigada pela visita. Espero que volte mais vezes :)
Sem imagem de perfil

De Não Identificado a 28.02.2021 às 00:02

Virei com todo o gosto. Quanto ao sonetos alexandrinos nem me lembrei deles porque os seus versos não eram todos de 12 silabas. Mas tem razão, eles existem, sim. 


Hoje em dia, conforme já tinha dito, faz-se praticamente tudo com a poesia e é óbvio que a menina Sarin fará o que muito bem entender. 


Eu é que achei que o poema tinha beleza mais do que suficiente, para não dizer mesmo, muito especial, pelo que merecia ser realmente um soneto clássico tradicional.


Espero não ter parecido nem intrometido, nem grosseiro, não tinha nenhuma dessas intenções.


Obrigado pela simpatia,


[a palavra a quem a quer]




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e uma viagem diferente



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