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[30 dias, 30 poemas]
30/30 #3
o velho
tinha o riso já cansado e não quieto
os seus braços, baraços em desatino
que enleavam, enleados, no afecto
de um abraço mais lançado por menino
ondeava-lhe na voz o dialecto
cultivado entre alegre e saturnino.
na pele brilhando-lhe o Tempo, indiscreto,
como um mapa, em cada ruga um destino.
tremente traça os dias que já sobram,
serenado o suspiro que o percorre
e rejeitadas as saudades, nua a mão.
nos olhos, o que as pandemias cobram.
um velho tão sozinho assim não morre,
espera apenas o apagar-se em solidão.
uma resposta ao meu desafio, solicitada pela Isa Nascimento.
Que me repescou para um desafio navegado entre 30 de Julho e 28 de Agosto.
[ver poema anterior]
o meu está aberto a todos os que visitam este burgo. a Almoxarife, a Menestrel e a Bobo agradecem a participação. eu agradeço ainda mais.
um velho tão sozinho assim não morre,
espera apenas o apagar-se em solidão.
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