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Música porque sim

por Sarin, em 19.05.20

 

Cheia teve a amabilidade de partilhar nos comentários um poema sobre Catarina Eufémia. De sua autoria, homenageia esta mulher morta pela brutalidade policial da ditadura.

Transcrevo o poema deixado no primeiro comentário. O poema merece. Obrigada, José Silva Costa!

 

Catarina Eufémia

 

O Mundo chorou

A tua brutal morte

Para espantares a fome

Arriscaste a sorte

Num tempo em que não se podia falar

Quanto mais reclamar!

Querias pão para os filhos sustentar

Como suportar

Ver os filhos de fome definhar?

O Alentejo não esquecerá

O triste dia, em que quem pedia, morria

A bruta força, não sabia, dialogar!

Queria, a todo o custo, a revolta, acabar

Cegos de ódio

Nem o facto de levares um filho ao colo e outro no ventre

Lhes fez, o coração, amolecer

Não! Nunca poderemos esquecer

O teu exemplo

Mulher, mãe, que apenas, trabalho, pedia

Porque não suportava a gritaria, que a fome fazia

Numa planície escaldante

Sem água, sem pão, sem fonte

Não foi em vão que deste o teu sangue, pelo Monte

Queriam calar-te!

Mas todos os dias, todos os anos, todos os séculos te vamos recordar

Nunca deixaremos de gritar: trabalho, pão, paz, para os filhos criar.

 

 

[Cuidemos de todos cuidando de nós: Etiqueta respiratória. Higiene. Distância física. Calma. Senso. Civismo.]
[há dias de muita inspiração. outros que não. nada como espreitar também os postais anteriores]

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lançado às 17:53

Fui de visita à Alice Alfazema

por Sarin, em 16.05.20

Hoje acordei entusiasmadíssima! A Alice tinha-me convidado para o chá, e eu estava ansiosa por a visitar, e ao Ginjas.

Pensei em levar-lhe uma charada, mas a inspiração não colaborou e tentei uma lengalenga, para depois trocar por umas quadras que não cheguei a escrever - há dias assim desinspirados. Acabei por lhe fazer um bolo, só que... enfim, diverti-me muito e espero que ela também.

Passem por lá, passem pela Alice Alfazema que eu já lá volto, vim só buscar umas coisinhas que fiquei de lhe oferecer...

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(Imagem: Pinterest)

 

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lançado às 22:50

Há pouco, de telemóvel em punho, despachei dois postais em menos tempo do que levo a pelar uma sardinha - e tenho uma técnica muito boa, acreditem.

Mas o postal desta sardinha não poderia ser escrito ao telemóvel... não sou adepta de espeleologia e tenho muito respeito pelos meus túneis cárpicos, portanto há que os poupar.

Motivo pelo qual só agora ensardinhei. Sobre Ventura e o seu discurso.

clicar é seguir para o sardinhaSemlata

 

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lançado às 18:16

E a modéstia ficou em terra

por Sarin, em 13.05.20

imagem: Jornal de Leiria

 

E responde Marcelo  "em 2016 saímos de uma crise muito longa, este ano, no ano que vem, nos próximos anos saíremos desta. E nós cá estaremos para colaborar."

 

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lançado às 13:42

O amor está no ar

por Sarin, em 13.05.20

imagem: freepik

 

E de visita à Autoeuropa diz Costa que "se viemos cá no primeiro ano do mandato do Senhor Presidente da República, e viemos cá no último ano do mandato do Senhor Presidente da República, então proponho que o almoço [no refeitório com os colaboradores] aconteça no primeiro ano do próximo mandato do Senhor Presidente da República."

 

 

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lançado às 13:38

Clariana e a Noite

ou mais um ponto no Desafio do Conto

por Sarin, em 12.05.20

Ainda não dera o dia por findo quando a Clariana me entrou em casa sem nome nem história, apenas um convite timbrado a carinho e interrogação, a Olga Cardoso Pinto iluminando-me uma personagem à qual mais tarde ela mesma traria cor, A Cor da Escrita e a cor da pintura que lhe deu rosto. Já avistara o seu nome na Área de leitura corrida sem tempo, os gansos com ela passeando por blogues onde apenas não nos encontrámos pois ainda não dera a semana por finda naquela noite de sexta-feira. Sim, já a avistara mas muito de longe, muito de leve, muito de pouco. Até que me pediu direcção.

Não poderia deixar a Clariana parada num destino por traçar - a criação da Ana de Deus sendo moldada em cada blogue onde acolhida e eu negando-lhe passagem? Aceitei, claro. E assim acrescentei as minhas 200 palavras, qual troço de um caminho incerto mas certamente divertido para nós que o partilhamos. Que o seja também para quem o percorrer, lendo.

À Clariana desejo uma longa e próspera jornada, daqui rumando ao Caneca de Letras e mais além, a bússola agora para as mãos do Filipe Vaz Correia e sempre apontando a mesma tag, o mesmo norte: desafio do conto.

 

Clariana, a pastora de gansos

Clariana, a pastora de gansos. Desafio do Conto. Imagem de Olga Cardoso Pinto.

[ANA DE DEUS]       «Era uma vez uma jovem mulher, de seu nome Clariana, que pastoreava gansos. Ela era o primeiro ser vivo que os gansos reconheciam, desde tenro berço, e eram lhe totalmente fiéis. Aprendera com o avô todos os segredos desta mestria.» 

[AMOR LÍQUIDO]       [BII YUE]       [JOSÉ DA XÃ]       [MJP]       [LUÍSA DE SOUSA]       [IMSILVA]

[OLGA CARDOSO PINTO]       «(...)Rodrigo se virou, para ir acomodar-se à mesa, eis que Juca se apercebeu de algo a remexer-se sob a gabardina. E agora que reparara com mais pormenor, o rapaz caminhava de um jeito estranho. Tentou aproximar-se, mas Rodrigo acabara de se sentar, tinha perdido a oportunidade.

A tarde foi decorrendo num lento remanso, só se ouvia a passarada lá fora e a voz melodiosa de Rodrigo. Talvez fosse do tempo ameno ou da conversa desfiada, em tom relaxado e levemente sibilado pelo jovem, todos estavam a ficar ensonados. As pálpebras pesavam aos pais, não conseguiam evitar o bocejo constante. Porém, Clariana estava embevecida, sorvendo as palavras de Rodrigo que lhe pareciam mel, num encanto que a envolvia numa dormência irresistível. Juca e Izabel não resistiram e acabaram adormecendo de cabeças encostadas, em ligeiros roncos e desfalecidos, pesadamente recostados no banco arca da cozinha.

A noite caíra. O céu adornado pelo pontilhado brilhante das estrelas, refulgiu quando as nuvens revelaram uma imensa lua cheia. Clariana acordou sobressaltada, não sabia onde estava. Sentia frio. Olhando em volta levantou-se, perguntando assustada:
— Onde… Onde estou? — ouviu passos no cascalho e apercebeu-se que estava numa gruta ao ouvir o eco da sua voz.»

 

[EU]       Um gemido respondeu ao eco ecoando quando Clariana se ergueu, os olhos procurando quem assim plangente. Não era gente mas a Noite, dorida da queda antecipada pela voz dourada de Rodrigo, Clariana amargando o mel que lhe escorrera nos ouvidos e tentando encontrar um norte ou um sul para aquele tão sem sol onde se encontrava. A Noite percebeu-a perdida e um sorriso iluminou-lhe os brancos dentes perfeitos na cara de lua cheia, o traje de lua nova esvoaçando no estender de mão daquela criança.

- Nada temas, Clariana, eras esperada. Mas não te sabia tão perto e precipitei-me...
- Estás magoada?
- Estou, mas melhorarei, agora que tu aqui. Vem, adentremos a Gruta dos Tempos e ouçamos Eurico, o presbítero que a habita. O Avô vai adorar receber-te!
A saudade em Clariana suspirou, cheia de penas.
- O meu Avô também era Eurico. Foi quem me ensinou a amar os gansos e…
E a Noite, impaciente, cortando:
- Sim, eu sei, o Avô já me contou. E por te saber tão boa aluna enviou o Ganso Rodrigo para te trazer… o nosso Futuro precisa de tal arte!
Clariana olhou-a e percebeu nela um espelho, as semelhanças luzindo e as (...)

[Continua com o FILIPE VAZ CORREIA]       [CONTO COMPLETO]

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lançado às 03:37

Fui ao Rasurando ver uns Ministérios

por Sarin, em 11.05.20

Fui e gostei, pois já não recordava como os Ministérios podem mudar tão facilmente de nome sem que, por isso, a obra saia mais bem feita - ou feita, vá. Mas, claro, por lá não se discute a obra feita - e desta vez debrucei-me no como se organiza quem se propõe fazer obra. Debrucei-me e ia caindo, que aquilo parece ser um poço sem fundo...

Sim, voltarei ao tema. No próximo fim-de-semana. Entretanto, terão tempo para ir actualizar a leitura e voltar.

 

clicar é seguir para o Rasurando

 

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lançado às 03:55

Onde ideias-desabafos podem nascer e morrer. Ou apenas ganhar bolor.


Obrigada por estar aqui.


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e uma viagem diferente



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