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E com máscara social.
Porque as máscaras são como os chapéus, aproveitei para falar das proibições de andar de cara coberta por essa Europa fora e nos problemas de segurança e nos preconceitos..
Há por lá muito para ler. O meu postal de hoje até teve Prelúdio (não é para me gabar, mas vale a pena visitar também este. Depois não digam que não avisei ;)).
Apareçam!
Peça, Whole lotta love vs Beethoven 5th Symphony
Intérprete, 2Cellos
Música, Ludwig von Beethoven (1804-1818); Jimmy Page (1969)
Motivo da Dedicatória: É possível ultrapassar o conflito de gerações.
Chegaram inteiros até aqui, certo?
Na quarta-feira falei das petições públicas num outro blogue. E, em jeito de cenas dos próximos capítulos, deixei no ar a ideia de que voltaria ao assunto num outro local. Voltei.
Passem pelo Rasurando. É já aqui.
Nota: o postal apenas saiu hoje devido a um pormenor técnico. Mas pertence à data onde está.
Vi agora o Governo Sombra de ontem.
A propósito das comemorações do 25 de Abril, João Miguel Tavares disse algo como "Não sentir a necessidade de comemorar Abril é o sinal da vitória de Abril. Epá, sim, estamos a comemorar uma coisa que se tornou completamente natural e óbvia. Como as pessoas não comemoram a Restauração, porque já foi há muito tempo... Eu não me lembro como é que era antes, não consigo imaginar como é que era antes."
E é isto, a tradução de JMT e de muita gente sobre as comemorações oficiais: a História comemora-se até onde cada um tem memória. Tudo o mais é nada.
Acontece que não.
Porque importam os sobreviventes, importam os filhos dos que não sobreviveram, importam os muitos que sofreram um passado ainda próximo.
A menos que não importem.
JMT e essa outra gente não têm memória. Não posso dizer que me lembre de muito, além da vaga noção de o meu pai ser uma fotografia - vaga, porque em 1975 foi substituída pelo original. Outros não tiveram tal sorte. Não terei muitas memórias pessoais, mas ouvi e ouço as memórias de quem se lembra de muito mais do que eu. Memórias de quem passou na António Maria Cardoso e à tortura disse nada, memórias de quem deixou Peniche com ossos mal soldados, memórias de quem para França foi a salto num assalto ao então futuro roubado, memórias de quem ficou e comeu a frase "tenho fome" apenas para não ser denunciado como agitador... Memórias dos que se foram e comigo as deixaram.
Muitos seremos os que as guardamos, a estas memórias que, de parecidas, nos são comuns - nos são memória colectiva.
E enquanto houver uma vítima da ditadura, eu comemorarei com solenidade o Dia e Quem lhe entregou a Liberdade.
25 de Abril Sempre!
De nós saem fitas que se enlaçam nas fitas de outros, e assim nos ligamos. Assim encontramos pessoas, assim as conhecemos, assim construímos relações. Assim construímos famílias - de sangue e de peito, que o sangue por si nada entrelaça mas o carinho sim, e não menos família os amigos que escolhemos. Cada fita uma pessoa, intransmissível, e única.
Em tempos de confinamento, haverá quem se confine em si mesmo e no pequeno universo onde em clausura. Mas a vida continua lá fora, na vida dos outros encapsulados também. Há que manter, alimentar os laços que nos unem, mesmo que doa romper o confinamento em nós.
Não se podem adiar, estes laços. Não se podem arrumar numa prateleira porque agora não apetecem - do outro lado, os outros continuam a estar, a nutrir este mesmo laço.
Há que manter, alimentar os laços que nos mantêm inteiros e conscientes dos outros. Até uma breve conversa é sinal de que estamos aqui, em nós, mas também ali, com eles. Continuamos com eles. Mesmo que não apeteça, tão mais doce o nosso silêncio!, em algum dia teremos de relembrar o laço e vencer a falta de apetite - porque as traças rompem os laços arrumados até das fitas restarem apenas traços de pó.
Ou então desatemos tais laços, para que não se dissolvam na espera. Um laço bem desatado não rompe as fitas nem as deixa de pontas soltas, pois que as enlaça num outro nó ou as enrola até outro presente.
Um laço dissolvido na espera não deixa fitas. E só temos uma fita para cada outro.
Qual a resistência de laços traçados?
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