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Peça, Se me agiganto
Intérprete, Linda Martini e Ana Moura
Letra e música, André Henriques (letra) e Linda Martini (música) (2018)
Motivo da dedicatória: Se for necessário explicar... Talvez seja melhor um desenho
IMAGEM
***
O Campeonato
Quando em 2009 surgiu a Gripe A, Gripe Suína ou, mais famosa, H1N1 *, parte do mundo nem reparou. Continuou a girar e a funcionar como se nada tivesse acontecido, e aparentemente pouco ou nada aconteceu - excepto para os 18 449 mortos e seus familiares.
A OMS decretou-a pandémica **, e muitas vozes ainda hoje dizem ter sido um alarmismo não apenas desproporcionado mas descomunal, absolutamente desnecessário - o que os números pareciam confirmar, porque pandemia, sim, mas aparentemente pouco letal, se comparada com outras. Até porque, e não se percebeu ainda porquê, as zonas mais afectadas foram algumas regiões da América (México, Brasil e Argentina, com cerca de 20 vezes mais casos letais do que o resto do mundo) e sobre África e parte da Ásia não existem dados que permitam qualquer tipo de análise.
Esta pandemia de 2020 e a de 2009 parecem pertencer a campeonatos muito distintos.
O Remate Inicial
Não duvido que, quando o médico Li Wenliang lançou os primeiros alertas sobre a possibilidade de perigo relacionado com o então ainda não identificado coronavírus, as autoridades tenham ostensiva e propositadamente ignorado as suas suspeitas, não com intenção de encobrir e evitar alarme social, mas porque os dados pareceriam vagos e desprezáveis. Estávamos em Dezembro, haveria alguns casos de pneumonia (44 em 3 de Janeiro***), mas nenhuma morte por tal causa, o que numa cidade de 11 milhões de habitantes terá parecido menos que insignificante. E Li Wenliang era, afinal, um oftalmologista.
Se pensarmos que, ainda hoje - mais de 10 anos depois! - a maioria de nós desvaloriza a Gripe A de 2009 - apesar de estudos posteriores terem revelado que o número de mortos talvez tenha estado mais próximo dos 203.000 do que dos 20.300 - não será motivo para espanto terem as autoridades chinesas cumprido o seu dever de comunicação dos casos suspeitos de Síndrome Aguda Respiratória Severa (SARS) à Organização Mundial de Saúde (OMS), enquanto desvalorizavam os alertas internos*** sobre uma eventual epidemia, considerando-os mesmo subversivos da ordem pública. Porquê, então, as acusações e o lançar de culpas à China?
O Cartão Vermelho
Porque é a China. Porque é um país não democrático, de partido único (ainda por cima comunista), sem liberdade de imprensa nem liberdade de expressão e com o poder absolutamente centralizado. Ou seja, simboliza muito daquilo que é abominado no Ocidente (leia-se Europa, EUA e Canadá, que a África e as Américas Central e do Sul quase nunca entram nestes ocidentes). E é uma economia fortíssima que deixou de ser emergente há muito, o que representará para o tal Ocidente um perigo adicional.
O VAR
Objectivamente, a reacção das autoridades chinesas foi desvalorizar um alerta vindo de um não especialista sobre o perigo de uma epidemia desconhecida para a qual não tinha provas, apenas suspeitas. Porquê, então, acusar a China de "Ocultação" - que denuncia intencionalidade, contrariada pela comunicação de suspeita de SARS feita à OMS em Dezembro?
A China demorou 20 dias a perceber, confirmar, assumir, digerir e divulgar a notícia deste vírus desconhecido - que, a 3 de Janeiro tinha 44 casos não letais de infectados e a 20 de Janeiro tinha 278 infectados e 6 mortos. Noto que estamos a 28 de Março e temos um Reino Unido que apenas há uma semana assumiu a gravidade da situação, temos uma Holanda, um México, uns EUA que continuam a agir como se tivessem dúvidas entre ser um H1N1 ou um SARS-CoV-2, temos um Brasil que age como se de um resfriadinho se tratasse... E, mesmo assim, surgem as acusações de "ocultação" e de "irresponsabilidade" - porque entendem os acusadores que, se os alertas de Li Wenliang tivessem desencadeado resposta imediata das autoridades de saúde, o vírus não se teria disseminado ou teria sido atrasado e o mundo teria tido tempo para se preparar...
... só eu é que estou a ver o fora-de-jogo por quilómetros?
O regime chinês é responsável por muitos atropelos à liberdade, e estes não serão alheios ao efeito de bolha a que a informação foi sujeita. Mas a verdadeira culpa da China nesta pandemia é estar do lado errado da barricada política que alguns usam em todas as análises que fazem.
Os Prognósticos
Não, prognósticos dos verdadeiros, dos antes do jogo, poucos arriscam devido aos vários imponderáveis. Basta ver como, em 3 meses, já se alteraram metodologias de previsão, de contagem e de abordagem. Em Portugal como noutros países.
Mas confesso que me maçam os treinadores de bancada que fazem prognósticos depois do jogo. Porque saber o que se deveria ter feito é muito mais fácil do que saber o que se deverá fazer. E há uma enorme diferença entre analisar para perceber e analisar para encontrar culpados. Por isso, ou principalmente por isso, as análises de alguns treinadores de bancada, além de maçarem, enojam, até porque estão a ser intelectualmente desonestos e sabem-no.
O Tempo de Compensação
Claro que existe o reverso da questão: os louvores à eficácia chinesa.
Louvores à forma como, após a declaração de emergência de saúde pública na província de Hubei, os mecanismos de contenção foram agilizados, louvores à quase imediata reconversão industrial para produção de equipamento médico, louvores à capacidade de rastrear as cadeias de transmissão e os infectados... Louvores vindos dos mais variados quadrantes políticos.
O que não deixa de ser fina ironia. Ou uma grande trivela.
Porque esquece-se quem louva que tal eficácia só foi possível por a indústria ser controlada pelo Estado e o cidadão ser controlado pelo Estado. E eu, que concordo com o controlo estatal de sectores fundamentais - sem que a iniciativa privada esteja afastada, mas que o Estado assegure a sua organização e fornecimento - deploro e sou fundamentalmente contra o controlo dos cidadãos na sua vida privada. Portanto, não consigo louvar a eficácia chinesa porque, para mim, os fins não justificam os meios. Nem sequer no controlo da epidemia de COVID19.
A Morte Súbita
Tomei conhecimento de que algumas das formas de controlo usadas pela China, um país anti-democrático, estão a ser também aplicadas em países democráticos, onde a Protecção de Dados tem, ou tinha, grande valor - o que prova que as diferenças residem, apenas e afinal, na dimensão política de cada medo.
Se estranham a analogia com o futebol, pensem que, para muitos observadores, não interessa ver o jogo mas apenas saber quem é o vencedor.
* H1N1 é um sub-tipo de vírus, responsável por várias gripes, entre eles a Gripe A e a Gripe Pneumónica (ou, erradamente, Espanhola), cujas pandemias ocorreram com 90 anos de intervalo.
** O termo pandemia é erradamente associado a grande mortalidade. Na verdade, apenas resume a distribuição geográfica de um agente infeccioso.
*** como ilustração, convido-vos a visitar a imagem interactiva publicada no Financial Times em 26 de Janeiro de 2020, sob o título "Coronavirus makes for dismal lunar year for Wuhan residents". O conteúdo é pago e a imagem tem direitos de autor, o que me levou a solicitar autorização para a usar - atrasando a publicação do postal. Esta foi-me recusada, dado ser política do jornal cobrar pelos direitos dos conteúdos, mas autorizaram-me a ligação desde que com advertência aos leitores sobre ser conteúdo pago. Deixo ainda a informação de que cheguei a tal ilustração (em formato gif) através das imagens do Google, consultando [china wuhan coronavirus ft]
Vivemos uma pandemia, e é difícil fugirmos ao tema. Mas há muitas pontas por onde lhe pegar. Por exemplo, nos termos usados.
Pandemia, que mais não é que a classificação geográfica da disseminação de uma doença, é um termo que assusta quem com ele não está familiarizado mas que sente a pandemia de agora. As outras pandemias têm passado por entre os salpicos dos espirros, e nem com a de 2009 a etiqueta respiratória foi devidamente assimilada, tão suavemente se foi.
Assusta o termo pandemia e assustam outros que, entretanto, passaram a fazer parte do nosso léxico diário. Mas este postal...
... não é sobre a pandemia e sim sobre a mitigação. Ou melhor, sobre o termo mitigação.
Isto porque surgiu a celeuma: "Mitigação é o acto de acalmar abrandar aliviar, e as autoridades estão a confundir a população porque, ao chamarem mitigação a esta fase, levam as pessoas a pensar que já não é preciso ter tanto cuidado e que se podem abrandar as medidas. As autoridades deveriam falar claramente em vez de confundir".
Haverá quem se interrogue legitimamente, por puro interesse na Língua Portuguesa, se esta mitigação não deveria ter outro nome. Mas a maioria dos que li, e foram vários, fazia desta questão uma arma de arremesso político contra o Governo, por interposta entidade - a DGS. O que é lamentável e insano.
[Antes de avançar no tema, relembro que o cargo de Director-Geral de Saúde é um cargo de nomeação política mas está sujeito a procedimento concursal, com requisitos técnicos específicos. Não é um cargo atribuído por simpatia ou confiança política, mas por comprovada capacidade técnica. Assim, os tiros lançados contra Graça Freitas que, na verdade, visam, António Costa, são tiros nos pés.
E, em jeito de declaração de desinteresse, informo que estou muito longe de simpatias partidárias e que este texto não é uma validação pessoal da actuação da DGS ou do Governo. Já agora, fica a nota: não alimentarei qualquer tentativa de debate que parta de presunção contrária.
Voltemos à mitigação.]
Um primeiro argumento que gostaria de desmontar é aquele que se refere à eventual confusão causada pelo termo junto da população. Sabendo que a Língua Portuguesa tem muitos mais vocábulos do que aqueles que ordinariamente se usam, teria muito gosto em saber quantas pessoas usariam correntemente o nome mitigação ou o verbo mitigar antes desta pandemia. Isto porque, sendo-me termos frequentes, muitas vezes tive de os explicar a pessoas de diferentes estratos académicos, profissionais e sociais. Minudências (olha outro) que pouco contribuem para esta questão, mas que, se extrapoladas, talvez demonstrassem que a confusão não será propriamente no público em geral. Infelizmente, quando escrevi que "gostaria de desmontar o argumento" não usei o condicional por delicadeza - ter acesso a tal estudo é mesmo condição para demonstrar se se confundiu uma franja da ou a população e, na sua inexistência, nada posso afirmar com certeza, apenas supor. Fica, assim, uma desmontagem à consideração do freguês.
Mas sem dúvida que o segundo argumento pode ser desmontado: "as autoridades devem falar claramente à população."
Absolutamente de acordo. Repito: absolutamente de acordo.
Acontece que as autoridades falaram claramente à população. Disseram que a fase de mitigação era aquela em que as cadeias de transmissão já eram locais, não importadas, e disseram até que podia ser transmissão em ambiente fechado, onde ainda se rastreava a origem, ou a nível comunitário, já não se conseguindo acompanhar a cadeia de transmissão. Explicaram que era a fase mais grave e que exigiria mais cuidado da nossa parte, pelo que não poderíamos descurar as orientações das autoridades e deveríamos manter o confinamento e as regras de higiene. Afirmaram ser a fase em que os infectados já não seriam automaticamente internados, apenas aqueles cujos cuidados assim o exigissem. Disseram, até, que os hospitais apenas acolheriam os pacientes com sintomas graves e que esperavam que a curva epidemiológica fosse achatada* o mais possível, de forma a evitar triagem em função da esperança de vida - como se está já a fazer em Itália e em Espanha.
Se, depois disto, alguém ficou com dúvidas sobre o não abrandamento das medidas, terá sido por desatenção, pois a mensagem foi propalada pelas autoridades e repetida em, pelo menos, três canais televisivos e cinco jornais online, em diversas e distintas ocasiões, quer pelas autoridades (Graça Freitas na mira) quer pelos jornalistas de serviço. Até eu, que mal vejo televisão, os apanhei no ecrã em passagens várias frente aos aparelhos.
Assim, a celeuma parece ser induzida não pelo emissor da mensagem nem pelo conteúdo da mensagem, mas por alguns receptores que terão ficado confusos com o termo ou que nele terão visto uma oportunidade. Receptores entre os quais vi professores e linguistas, muito incomodados com a tal "confusão causada à população" (ver uns parágrafos acima, sff). Se nos outros ainda se compreende a confusão, nestas classes profissionais, não. Porque estes profissionais são os que mais obrigação têm de saber que os termos gerais podem ter também usos específicos, técnicos - e que, neste caso, serão aplicados conforme as abordagens.
Tomemos o caso da epidemiologia, de onde nos vem esta fase de mitigação - e que, ao contrário do que parecem crer alguns cidadãos, não foi inventada para a Covid19. A abordagem é feita em função do agente infeccioso e seus efeitos. Na fase de contenção, as autoridades controlam a forma como este se transmite e concentram esforços em rastrear e quebrar a sua evolução, a sua disseminação. Tentam conter o agente. Na fase de mitigação não tentam controlar o agente porque este está já fora de controlo - os recursos concentram-se no abrandamento dos seus efeitos: na mitigação da doença. Mitigação dos efeitos do agente infeccioso, não abrandamento das medidas tendentes a evitar a sua disseminação. Que não abrandam, não entre nós, população - mas, agora, as autoridades dedicam-se menos aos infectados e mais aos doentes graves, porque o número destes aumenta exponencialmente. Em qualquer epidemia, não apenas nesta.
Depois das explicações dadas e repetidas em vários canais sobre o que é a Fase de Mitigação, pergunto-me o que levaria a população a pensar que fase de mitigação é o mesmo que acto de mitigação, e que se poderia usar livremente os seus sinónimos, entendendo fase de mitigação como abrandamento das medidas de segurança sanitária. Isto, mesmo supondo que metade da população mitigava a minha descrença no seu conhecimento do termo.
Conhecimentos mais ou menos técnicos à parte, e a título de curiosidade: consultando a Infopédia, veremos que mitigação significa, também e genericamente, limitar a severidade ou os efeitos nefastos de algo. Quase permite pensar que esta é uma controvérsia nascida da má escolha de dicionários. E assim pensaria, se não fossem os tirinhos à DGS.
Voltando, ainda, à "clareza da informação".
A informação foi transmitida de forma clara.
Ninguém é obrigado a conhecer conceitos técnicos que lhe não são quotidianos, mas a explicação foi bastas vezes veiculada e a dúvida levantada geraria menos, esta sim, confusão entre a população se todos os que a difundiram o tivessem feito como dúvida de Português e não como deficiente comunicação por parte das autoridades - os tais tirinhos.
* Este achatamento da curva merece um reparo, até porque ainda ontem à noite Marques Mendes o trocou com o planalto. A curva epidemiológica é uma campânula, do lado esquerdo o aumento do número de infectados, do lado direito a diminuição, contabilizados ao longo do tempo (o tempo no eixo horizontal, o das abcissas). No topo da curva, que coincide com o número máximo de infectados, poderemos deparar com um máximo de infectados obtido em escassos dias, o pico, normalmente resultante de um crescimento abrupto (uma campânula alta e estreita), ou com o planalto, em que os números se mantêm em máximos ao longo de um período mais prolongado (um sino mais baixo e largo). Achatar a curva significa conseguir diminuir o número de infectados num mesmo período, ou seja, actuar no lado esquerdo da curva, no lado do crescimento. Deste achatamento pode resultar o tal planalto, e na prática parecem ser a mesma coisa, até porque um planalto é um achatamento - mas aquilo que tentamos obter com o confinamento e com todas as outras medidas é o prolongar do período de crescimento da curva e não o prolongar do período de topo. Esta já não é uma questão da linguística e sim da matemática (e da biologia), mas fica a nota.
Não falo muito de desporto, ou de comunicação social vs desporto, aqui pelo burgo. Mas esta não posso deixar passar.
O Observador publicou no dia 25 de Março um artigo sobre a mobilização de atletas e clubes na luta contra a COVID19.
Abre o artigo com Cristiano e Mendes a equiparem uma ala do Hospital de Santo António (ou de São João?), passa por Sergio Ramos e pelos seus colegas do Real que angariaram kits, equipamentos de protecção e máscaras, fala em Djokovic a doar 1M€ à Sérvia e em Federer a doar 1M francos suíços (com gralha) à Suíça, vai até à Roma de Paulo Fonseca que doa bens essenciais a sócios com mais de 75 anos, e termina com o leilão organizado pela Fundação de Futebol da Liga Portuguesa.
Sobre o milhão de euros doados pelo Sport Lisboa e Benfica, Clube e SAD, ao Serviço Nacional de Saúde, noticiado no dia 20 de Março na Tribuna do Expresso, nem uma palavra. Sim, também o Observador isto noticiou no dia 20, mas também havia noticiado no dia 24 as doações de Ronaldo e Mendes, o que torna inexplicável, à luz da informação isenta e rigorosa, a omissão da doação do SLB.
Até no meio de uma pandemia os chamados jornais de referência conseguem manter viva a chama do peçonhento clubismo. Vão ser tendenciosos para o raio que os parta!
Adenda (com um agradecimento à /i.): já no dia 17 de Março o Diário de Notícias noticiava que a Fundação Benfica havia anunciado ter já adquirido 3 ventiladores para oferta a hospitais de Lisboa, Porto e Coimbra, e declarado ir prestar, em parceria com a GNR, apoio social de emergência a cerca de 3000 idosos isolados e sinalizados ao abrigo do "Programa Apoio 65 - Idosos em segurança", do Ministério da Administração Interna. Sobre isto, não encontrei nem uma palavra no Observador.
E tiveram bastante tempo para corrigir a gralha, que nem a Suíça precisa de fracos suíços nem o Federer conseguiria reunir um milhão deles tão rapidamente. Já fracos jornalistas...
... o meu abraço vai para os alemães, para os austríacos, para os finlandeses e para os holandeses.
Todos teremos governantes que nem sempre, ou quase nunca, agem como gostaríamos. Mas esta posição dos seus governantes não é meramente política, é filosófica - e apenas pode ser sustentada na concordância dos seus povos.
Por isso o meu abraço. É o último.
De europeísta muito crítica sou, a partir de agora, anti-europeísta se com tais trastes.
As línguas são dinâmicas. Importar e adoptar vocábulos quando não existe tradução é natural.
Usar estrangeirismos quando existem vocábulos análogos na nossa língua é, apenas, tratar mal a Língua Portuguesa, enquanto se arvoram manias de grande mundividência. Armar-se aos cágados, portanto.
Não, não é adaptação a exigências de mercado nem tentativa de internacionalização.
Não, nenhum dos termos faz parte de um jargão técnico.
Não, não é moda nova, que no início do séc. XX bonito e moderno era recorrer a galicismos.
Não. É, apenas, falta de exigência, falta de brio. E, talvez, falta de literatura portuguesa.
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