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[Tema #13 Reescreve o final dum filme]
Reescrever o final de um filme...
Out of Africa. África Minha. O leão deitando-se no planalto, a câmara afastando-se de grande plano para panorâmica.
O rei da savana guardando a memória dos que, amando-se, amaram a terra mesmo depois do desencontro. Uma tão grande comunhão e tantas perdas assim simbolizadas naquela derradeira harmonia do adeus... a homenagem perfeita. O final perfeito. Não mudaria uma vírgula, não alteraria um fotograma.
É o meu final perante este filme que quero reescrever. A sensação de esmagamento é atroz, a história e a História oprimem o meu peito, sou Isak/Karen/Meryl durante todos os minutos... e a imagem final rompe todas as dores que sustive. Choro Karen e choro Dennis e choro Bror, choro o Quénia e choro África. Choro os seus desencontros, choro os meus desencontros. Sempre.
Queria ver este filme e terminar dizendo, apenas, "foi um bonito filme".
Out of Africa - End Title (You are Karen)
John Barry (1985)
Música da Banda Sonora Original do filme homónimo de Sydney Pollack
Nota que nada tem a ver com o acordo ortográfico, antes com um acordo que tentarei manter com os Pássaros, com os meus colegas de desafio e com quem me visita:
Estou doente. Estou sem inspiração. Estou sem vontade de escrever. Produzi este postal apenas para não falhar. Prometo tentar escrever algo decente quando me sentir melhor. De qualquer forma, não garanto: todos os filmes cujo final recordo são filmes aos quais nada mudaria, dos outros não reza a história e mudar-lhes, apenas, o final seria insuficiente. Ademais, alterar a criação de um artista é um pouco de petulância, não? Mas, enfim, sendo um exercício de escrita, tentarei. Em breve. Desculpem o mau jeito. E o atraso.
Segundo a notícia do Eco, o Fórum para a Competitividade "estima que o aumento do salário mínimo possa provocar a perda de 50 a 100 mil empregos se não for acompanhado de uma melhoria da produtividade."
Antes de mais, não é o Fórum que estima - é Ricardo Braz Teixeira, Director do Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade e autor do texto "Riscos da subida do salário mínimo", constante na nota de conjuntura n.º43 (*). Um texto de um autor, mesmo que director de uma entidade plural, não é exactamente o mesmo que uma posição conjunta dessa entidade. Cansa chover no que deveria ser molhado, de tão líquido... Adiante.
Fico sempre muito entusiasmada quando vejo alguém explicar que o salário mínimo não pode aumentar muito acima do mínimo, que já é e continuará a ser misérrimo, por questões de "produtividade".
O pessoal é distraído e costuma associar estas coisas da baixa produtividade a "muitos dias de férias", a "muitos feriados", a "muita dificuldade em sancionar e despedir empregados"... Deve ser por isso que os primeiros a sofrerem os efeitos da "baixa produtividade" sejam sempre os trabalhadores, nunca os gestores intermédios e de topo. Que nunca são responsáveis pelos investimentos duvidosos, pela má organização do trabalho, pelo deficiente desenvolvimento do produto, pela péssima distribuição.
E de que contrapartidas fala o patronato, perdão, o autor nesta nota de conjuntura (**)?
Reforma do sistema formativo
Esquece-se o autor de que os estágios profissionais são usados como fonte de mão-de-obra barata pelas entidades que os acolhem? Terá olvidado que as empresas podem e devem ministrar formação aos seus funcionários de acordo com planos formativos que pouquíssimas empresas desenvolvem, nem sequer recorrendo aos serviços formativos do Estado? Não é apenas o sistema formativo que tem de ser reformulado, é também a lógica do patronato.
Atração do Investimento Direto Estrangeiro (reduzindo a taxa de IRC, acelerando licenciamentos, estabilidade regulatória, entre outras)
E porque não acelerar licenciamentos e garantir a estabilidade regulatória, entre outras, para promover o Investimento Directo Nacional?! A captação de capital estrangeiro é importante, mas a aposta excessiva nesta captação traduzir-se-à também na perda dos poucos sectores que ainda dominamos no nosso país, além dos riscos de segurança que tais captações têm representado... E reduzir o IRC? Porque não fomentar antes o reinvestimento na empresa e impedir a saída de capitais para empresas-fantasma, entre outras?!
Aumento da intensidade do investimento de qualidade (quer público quer privado)
É interessante perceber como, agora, já queremos outra vez Obras Públicas. Com as quais, aliás, concordo, embora discorde da moda de investir para dar à exploração - as PPE e as concessões têm sido assim como que uma rocha na sapateira, não apenas uma pedra no sapato.
Promoção do aumento da dimensão das empresas (redução do IRC sobre os lucros retidos, benefícios fiscais na aquisição e fusão de empresas)
Vá, aqui assino por baixo; vale o que vale, mas uma pessoa também tem direito a apor a assinatura ao lado dos ilustres - principalmente no seu próprio blogue! Mas, caramba... falta uma notinha sobre as aquisições hostis. E sobre a penalização das empresas que impõem preços e condições vampíricas sobre a produção primária, sobre os subcontratados, enfim, sobre as micro e pequenas empresas.
Como disse antes, fico sempre muito entusiasmada quando vejo alguém explicar que o salário mínimo não pode aumentar muito por questões de "produtividade". Questão de políticas operacionais das empresas, questão de políticas nacionais vagas e mal formuladas... questão de opção, senhores! É principalmente por opção política que o aumento do salário mínimo pode levar ao desemprego!
(*) Não adianta dizer que estas notas de conjuntura são patrocinadas por grandes empresas, pois não?
(**) Escrita de acordo com o AO90, ao contrário dos meus textos. Mas não corrijo citações - embora vontade não me falte!
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