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As casas do monopólio

por Sarin, em 21.06.19

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Passo os olhos nas notícias e leio:

"Arrendatários de bairros sociais vão poder beneficiar de redução ou eliminação de multas."

 

Passo à frente, pensando "olha, contrapartidas para quem arrenda casas sem saber até quando". Mas enquanto avanço e relembro, por falar em dinheiro, que Notre Dame recebeu 9% dos apoios sonoramente prometidos e estes 9% vindos afinal de pequenos doadores, vou também pensando a que multas se poderão recusar os donos das casas arrendadas. Atraso no IMI? Na declaração de IRS? E num micro-segundo de pausa, o alerta: estava escrito arrendatários!

Volto atrás, e leio na notícia coisas como redução ou eliminação da indemnização pelo atraso no pagamento das rendas pode ser acordada entre senhorio e arrendatário, “sem prejuízo do direito à resolução do contrato e à cobrança de juros de mora, em caso de incumprimento do acordo”.

Perplexa, pergunto-me se não será este ponto comum a qualquer contrato, quero dizer, haverá leis que obriguem senhorio e arrendatário ao contrário do entre si acordado quando o acordo não é lesivo do interesse de terceiros?

Mais abaixo leio que esta lei  introduz proteções contra o despejo de inquilinos idosos ou deficientes e que residam nas casas “há mais de 15 anos” para contratos anteriores a 1990 e “há mais de 20 anos” para contratos celebrados entre 1990 e 1999.

Contas rápidas, um inquilino que viva há mais de quinze anos em algum local terá  entrado no local em 2004. Quatorze anos depois de 1990. Significará isto que se o contrato for de um avô que arrendou a casa em 1976, e que entretanto foi acolhendo a família, o neto não pode ser despejado se residente na casa desde 2004, o que quase significa dar a posse da casa à família? Ou quererá dizer que o escrevedor pretendia transmitir, mas falhou, que quem ocupar a casa já desde 1976 e tiver contrato de arredamento datado de 1990 não poderá ser despejado?

 

Ou a notícia está muito mal redigida ou está a lei. Como à lei ainda não li, o que fica para mais tarde, apenas posso supor.

E suponho que a notícia esteja mal redigida e a lei redigida fora de tempo, ou dentro conforme as perspectivas - porque, e genericamente falando, tanto precisa de revisão a gramática dos escrevedores de jornal como precisa o problema da habitação em Portugal.

Acreditem que terei muita satisfação em pedir desculpa se estiver errada.

 

Adenda: os parágrafos a itálico são transcrições e respeitam por isso a ortografia original. Eu não escrevo segundo as regras do AO90.

 

 

imagem colhida no Sol

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lançado às 15:48

A gralha de rapina

por Sarin, em 21.06.19

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Snow Harpy, de Mark Bulahao

 

Lia no Sapo 24 uma crónica sobre o concerto do Eddie Vedder - do, não de, porque o artigo se intitula "Eddie Vedder é um de nós" e as palavras nele nos transportam àquele lugar e àquele momento em que Vedder é e se sente Eddie entre nós. O Eddie.

 

Saudavelmente triste por não ter estado presente, dançava no tom da prosa sentindo na pele surda o calor do momento que não vivi...

... e num suspiro de notas falsas tropecei em gralhas que me pareceram gaviões bicando as entranhas do texto. Morto. O momento estava morto e o sangue ali jorrado manchou-me a Língua e os despojos da crónica.

Mas Eddie continuará a ser um dos meus.

 
 
* "já depois de Glen Hansard (e que fabuloso foi Glen Hansard!) se ter encarregue"
Poderia a ansiedade confundir verbos auxiliares, mas apenas a paixão daria vida a um particípio inexistente. Hansard ter-se-á encarregado de a sublimar. Ou não.
 
* "ter aberto as hostilidades sonoras"
Estranho a metáfora. Sim, é moda... e é errada a moda e é inadequada a expressão ao momento intimista assim confrontado com evocações de barbárie. 
 
* "e ainda nos entreteu com as suas guitarras"
Entreteceu o autor as conjugações, entristeceu quem lhe leu os inglórios tropeções... o Eddie entreteve. Quem lá esteve, que eu por cá ainda triste e assim mais.
 
 
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lançado às 08:12

das raças, dos sensos e dos censos

por Sarin, em 20.06.19

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Nunca percebi isto das raças humanas. Caucasóides, Negróides e Mongolóides sempre se esboroaram nas perguntas que fazia, nenhuma resposta antiga satisfazendo as minhas dúvidas.

Segundo o que li e continuo a ler, as classificações das raças humanas baseiam-se em questões anatómicas: o formato do crânio, do nariz, do maxilar, da testa... e não, abaixo do queixo não apresentam grande distinção, esqueçam lá isso.

A frenologia é uma pseudo-ciência, desvalorizada por praticamente todos os investigadores dado não apresentar sólidas evidências que relacionem a estrutura dos ossos do crânio com a personalidade do indivíduo; mas no século XIX tinha alguma validade e chegaram a consultar frenologistas em matéria de criminologia. Bom, eu penso que as teorias racialistas estão ao nível da frenologia. 

Peguemos numa das que dizem ser distinções das raças: o formato do crânio. Os negróides têm crânio dolicocéfalo, mas alguns têm-no braquicéfalo; os mongolóides têm crânio braquicéfalo, mas alguns têm-no dolicocéfalo; e os caucasóides sem dúvida que o têm dolicocéfalo, mas nem todos porque os há braquicéfalos. Estes "alguns" e "nem todos" não são indivíduos aleatórios mas grupos de indivíduos originários de uma mesma região, a que atribuiram a classificação de sub-raças. Suponho que outras diferenças dentro das sub-raças definiriam sub-sub-raças, mas talvez aos investigadores racialistas não seja útil seguir por aqui, não vão descobrir sub-sub-raças negróides cujas características sejam iguais a sub-sub-raças caucasóides - é que perante tal nem os mais astutos se desembrulhariam e poderiam os dados acabar por autopsiar de vez uma teoria que, para esta leiga, se assemelha a uma fraude maior que o Homem de Piltdown. 

Então, se um negróide pode ter as mesmas características que um caucasóide, como se define a raça? "Pela cor da pele." Ah, a cor da pele, essa barreira...

E, assim, cheguei aos dias de hoje acreditando não existirem raças humanas. E cada dia mais convicta. Até porque entre animais selvagens falamos de sub-espécies, raças reservamos unicamente para os animais domesticados. Raça é uma criação humana, não apenas o conceito, que esses são todos, mas a própria diferenciação anatómica tão cara aos criadores de puros-sangue de tantas espécies.

E lembremo-nos da escravatura, que vai muito além daquilo que os nossos lusos ancestrais fizeram e que deles não foi nem invenção nem exclusivo: escravatura é todo o acto de subjugar um indivíduo, domesticando-o e considerando-o propriedade. Numa época pós-iluminista em que barcos de expedição se cruzavam com barcos negreiros sem qualquer rebuço, seria natural, fácil e até politicamente relevante racificar a humanidade. E não confundamos raças com castas, por favor. Penso que ter uma base científica para justificar o tratamento desigual lhe seria, à sociedade ocidental, muito mais racional e adequado aos tempos dos grandes filósofos modernos - uma excelente justificação para costumes antigos e economicamente confortáveis. 

Mas não, creio pelas evidências científicas que o homem se adaptou a quase todos os climas, e nisto seremos das poucas espécies conhecidas assim quase ubíquas, e com os diferentes climas surgiu a diferenciação na organização social dos indivíduos e na organização de algumas células do indivíduo (não valerá a pena falar desta questão, na escola falámos de hereditariedade e da teoria das espécies, e todos saberemos que os olhos e pele clara são típicos dos nórdicos e que a pele clara fica normalmente morena ao sol - excepto talvez a daqueles indivíduos que têm pouca melanina e muita pressa de a activarem, o que apenas lhes vale queimaduras de primeiro e segundo grau). Com a incursão dos povos noutros territórios, noutros povos, as características deixaram de estar concentradas em grupos homogéneos - globalizaram-se de acordo com a dominância genética em cada reprodução.

 

Vem esta longa introdução a propósito dos censos e daquela pergunta que o Grupo de Trabalho criado pelo Governo tinha recomendado ao Instituto Nacional de Estatística, e que este recusou: a que grupo étnico-racial pertencemos, cada um de nós.

Pergunta cuja recusa fez alguns actores políticos e comentadores da nossa praça arrancarem os cabelos e acusarem o INE, o Governo, a Oposição, e até talvez a Maria da Fonte, de quererem empurrar o assunto do racismo com a barriga.

Pessoalmente, agradeço que a tenham retirado, pois perante tal pergunta sou muito bem capaz de me dizer túlipa arraçada de pão-de-ló - porque, vejamos, não será pertinente começarmos por esclarecer muito bem o que é isso de "grupo étnico-racial"?

Grupo étnico percebo, compreendo, aceito, respondo. Embora não ao Gabinete dos Censos, mas já lá vamos. Etnia é cultura, vivência, povo. Agora, raça... tecnicamente pode ser sinónimo de família, de grupo com usos e costumes iguais entre si. Mas a confusão que vai, que nos vem de séculos, com este conceito, parece-me mais do que suficiente para desaconselhar o seu uso em questões desta natureza.

E, afinal, no Grupo de Trabalho e no grupo dos comentadores descabelados, defendem a existência de raças humanas?

Porque se com a pergunta querem respostas para aquilatar a dimensão do racismo em Portugal, penso que deveriam começar por esclarecer de que racismo falamos, do que se centra no grupo com hábitos distintos ou naquele que tem por alvo o indivíduo com fenótipo diferente - e que fenótipo. Porque não acredito que as loiras sejam burras, e assim morena aguardo interessadíssima o esclarecimento desta questão "etno-rácica" e de quais os fenótipos que entendem dignos de nota. Também não percebo como pretendem medir o racismo por aqui, mas primeiro esclareçam-me estas questões, por favor.

 

Note-se que defendo que se conheça com a maior exactidão possível os grupos étnicos que compõem a nossa sociedade, mas este aprofundar maciço por parte do Estado levanta-me várias dúvidas sobre a sua interpretação: será um açoriano do mesmo grupo étnico que um transmontano? E um cabo-verdiano de 50 anos que chegou a Portugal há 44 e que de Cabo Verde guarda as mornas e o embalo da grande Cesária, a que grupo étnico pertence? E um português filho neto e bisneto de ucranianos, qual a etnia se nem fado nem hopak?

Desculpar-me-ão a falta de clarividência, mas não percebo de que serve ao Estado usar os censos para conhecer os grupos étnicos e a sua dimensão. O Estado deve preocupar-se com estabelecer regras de cidadania iguais para todos, sem adaptações. Ou estaremos a querer legislar em função da etnia?

A etnia importa, e deve ser tida em conta quando se lida com as pessoas. Por exemplo, quando se metem famílias inteiras em bairros sociais criados para o efeito - se os apartamentos são destinados a grupos que fazem da cozinha o centro da casa, por que demónios insistem em construir cozinhas minúsculas e salas enormes? Este é apenas um exemplo, minúsculo, de como o desconhecimento, a irrelevância dada à etnia, cria muros cujo derrube sai caro.

E não é um inquérito de 10 em 10 anos que caracteriza as pessoas. Isso faz-se no terreno. Todos os dias. Com outras ferramentas.

 

 

imagem: Gulliver em Brobdingnag, de Jean Grandville. de domínio público. colhida na Wikipédia

 

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lançado às 16:45

Números

por Sarin, em 19.06.19

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Segundo as notícias, o relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados indica que, em 2018, havia 70,8 milhões de pessoas deslocadas no mundo, sendo pessoas deslocadas eufemismo para refugiados, exilados e migrantes económicos em situação desesperada.

 

Setenta e um milhões de pessoas. Quase metade do número das crianças que trabalham no mund... ah, isto não foi notícia? Bolas, atrapalho-me sempre com estes números! Qualquer deles me deixa confusa - ficar triste e revoltada é apenas consequência da vergonha.

 

Quando é que começámos a reduzir as pessoas a números? Sim, bem sei, mas esses fizeram-no por recusarem nomear quem matavam.

Agora reduzimo-las a números porque, juntas, são tantas mas tantas que é impossível manter-lhes os nomes quando delas falamos. E, com isto, o resultado prático poderá vir a ser quase o mesmo, que o diga Miguel Duarte enquanto arrisca a liberdade por salvar vidas num país que assinou a Convenção Europeia dos Direitos do Homem.

 

Só por curiosidade, em 1925 a Alemanha esteve presente na Conferência Mundial para o Bem-Estar da Criança, o que não impediu que em 1936 crianças dessem entrada em Dachau.

 

fonte da imagem aqui

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lançado às 09:48

opiniões sobre Opinião

por Sarin, em 18.06.19

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Não me canso de o dizer: o jornalismo é fundamental para a democracia.

A propósito deste meu postal, um comentador também ele bloguista afirmou que "o foco não deve ser o jornal público" mas sim as actuações do regulador e dos seus responsáveis.

Discordei parcialmente mas, porque o digo tanta vez, não expliquei porquê. Talvez seja bom relembrar. Genericamente.

 

A Democracia assenta em 3 pilares: o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Judicial. Ao qual se junta um outro, o chamado quarto poder, informal mas muito importante porque escrutina e questiona os outros três: a Comunicação Social.

Supõem-se e desejam-se independentes uns dos outros, e espera-se que sejam transparentes e auto-regulados, com o quarto poder a ter especial papel nesta regulação por acompanhar, investigar, registar, divulgar e cruzar as actuações de todos, trazendo transparência a processos mais obscuros.

 

Sabemos, no entanto, que estamos longe da tal transparência e da tal auto-regulação dos poderes, e todos os dias notamos (e uso o plural porque a muitos o leio) que os jornais, qualquer que seja o canal usado, pouco têm contribuído para o tal escrutínio e para a tal transparência que se espera da sua acção.

Portanto, se notamos e apontamos as falhas na definição ou no desempenho do papel de um dos três poderes formais, porque não devemos questionar as falhas no desempenho do quarto, o jornalismo?

Até porque as falhas que apontamos aos outros três são-nos trazidas por este, quantas das vezes com a informação fragmentada, truncada, omissa... manipulada pelo vocabulário usado, pela estrutura dada, pelo posicionamento da própria notícia.

 

Questionar a forma da notícia, o quarto poder, não invalida questionar a notícia em si mesma, no caso os restantes poderes. Mas resulta sempre mais delicado quando não conhecemos nem sequer percebemos a dimensão do que nos é omitido - e as várias comissões parlamentares de inquérito que o digam.

 

Portanto, sim, continuarei a atentar na forma das notícias tanto quanto no seu conteúdo. Talvez até mais, pelos motivos expostos.

E não por ser mais seguro ou menos melindroso, não por simpatia ou preferência, mas porque mais objectivo: a forma da notícia está ali, à frente dos meus olhos. O conteúdo, porque incerto, exige-me muitas vezes cruzamentos de notícias várias em canais diversos - trabalho que deveria ser do jornalista, que não sou, e para o qual nem sempre tenho disponibilidade. Para quem nisto vê parcialidade, paguem-me e eu cruzarei elementos suficientes para escrever sobre o que quiserem - embora não como quiserem.

 

Já agora, porque a propósito, acrescento que tenho por princípio evitar discutir matéria em investigação - não porque não tenha opinião, mas porque suspeito da parcialidade da informação que me chega e, por extensão, da opinião que formo, que talvez queiram que forme. Mas tendo mais perguntas que respostas, o que me é normal em casos assim, posso chegar a ter suspeitas, ideias, mas nem lhes chamo opinião - e admiro aqueles que opinam com poucos dados. Admiro, não necessariamente respeito.

Assim, com uma opinião que nem o chega ser, esburacada por perguntas e alicerçada em omissões e factos fragmentados, discute-se o quê? Desconfio que apenas a opinião pública formatada à medida de insondados desígnios. E como considero que os investigadores e os juízes podem, sim, ser condicionados, influenciados, pela pressão da opinião pública, evito fazê-lo - por questões meramente de consciência, pois que não tendo voz fraca sei que pouco ou nada ecoa. Posso discordar das sentenças, mas creio nos mecanismos - e quando deles descreio, questiono a sua definição, o seu desenho, pelas falhas do mecanismo e não por me desagradar um resultado em particular.

 

Aparentemente, defender a regulação dos poderes também pelo escrutínio da comunicação social e depois advogar o silêncio para não condicionar a actuação dos escrutinados pode parecer paradoxal; mas não convém confundir os papéis de cada um: a justiça investiga e julga crimes, a comunicação social investiga e denuncia acções, não as julga, e o cidadão não julga as acções dos seus concidadãos mas sim as dos agentes do poder enquanto no desempenho dos seus cargos - para os julgar convém conhecer os factos e é aqui, exactamente neste ponto, que o postal inverte a cadência e volta aos parágrafos anteriores.

 

Estarei, com esta minha atitude, a rolar pedra montanha acima? Pelo menos não será castigo - e tenho consciência de que, se nada fizermos para a travar, é nas nossas costas que cai. Na nossa espinha, se por acaso não lhe sentem já o peso.

 

 

imagem de O castigo de Atlas, colhida no CulturaMix.com

 

Observação: notei, depois de publicar, que um dos parágrafos está destacado. Não foi propositado, não sei  sequer como aconteceu; mas como ao telemóvel e o editor não tem função que me permita formatar a letra, fica indevidamente destacado até o corrigir ao pc. Ignorem, sff. Grata.

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lançado às 16:33

Latim latão

por Sarin, em 17.06.19

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PQP é o reverso do Quid Pro Quo.

Cui bono, certo?

 

Vem este latim latão a propósito de nada. Ou talvez de tudo e eu apenas precise de férias.

 

 

imagem, Cavalo de Tróia, recolhido no A Filosofia Está no Ar

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lançado às 12:37

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Pois não sei se

<<as notícias publicadas contra ele servem para desviar as atenções de “pessoas que cometeram crimes e abusaram de um sistema (...)">> 

mas tem toda a razão ao dizer deste sistema

<<"que, sobretudo até 2008, concedeu à supervisão bancária poderes legais limitados e assentou numa excessiva confiança na gestão privada dos bancos e na pretensa autorregulação dos mercados financeiros”>>

Isto diz Vítor Constâncio no jornal Expresso sobre processar o jornal Público, noticia o Jornal Económico

 

1. Acho muita graça a este excesso de jornais, noticiar num o que alguém diz noutro sobre um terceiro.

Por outro lado, a declaração de intenção individual, o "ir fazer", já foi elevada a categoria de notícia. Por antecipação da dita, suponho. Resta-me o consolo de saber que, se entretanto o protagonista mudar de ideias, estarei a braços com a pertinente dúvida de ter isto sido ou não uma fake news; e, não mudando, com a desconcertante certeza de que os mesmos jornais publicarão uma notícia que, afinal, já não o é.

 

2. Não acho graça nenhuma a estas sanhas persecutórias que analisam o passado exigindo-lhe mecanismos que então não existiam.

Nada de confusões: a inexistência dos mecanismos deve-se aos mesmos agora auditados tanto quanto aos, senão os mesmos então primos (mas não inter pares), auditores. Não invalida a sua responsabilidade, apenas a reflecte noutro ângulo da mesma questão.

Fossem os senhores deputados tão diligentes a balizar os objectivos das leis como são os advogados a avalizar as letras e os créditos, e não apenas lhes seriam mais fáceis as audições como, até, desnecessárias. Porque, entretanto, a banca continua assaz desregulada e as comissões parlamentares de inquérito já fazem parte do rico anedotário nacional.

 

3. Desconheço os pormenores da trama entre Constâncio e o Público. Reconheço apenas a constância da coisa: nós, público, seremos sempre os tramados. Talvez porque nos mantenhamos isso mesmo, público, desengraçada assistência, e desgraçadamente não assistamos à coisa pública quando precisa de nós.

E tu, onde estavas?

 

 

 

imagem em Boho Weddings & Life

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lançado às 13:55

Onde ideias-desabafos podem nascer e morrer. Ou apenas ganhar bolor.


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