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cabeçalho sobre foto de Erika Zolli
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Não é incomum uma ministra defender que o Estado não deve interferir nas liberdades individuais dos cidadãos.
Não será inédito que uma ministra entenda que o Estado deve disponibilizar informação aos cidadãos para que estes tomem as suas decisões.
E também não me espanta que um cidadão reivindique o direito de fumar de comer carne vermelha de beber (e, já agora, ... não?).
O que me espanta, e muito!, é que esse cidadão seja uma Ministra da Saúde e que esta ministra faça estas afirmações! Bom, é uma ministra da Saúde que já foi da Justiça e correu mal, mas... ainda assim!
É uma Ministra da Saúde que entende que as opções alimentares não são matéria de Saúde Pública. Que vê, segundo demonstra, a Saúde Pública como matéria de decisão individual, ou talvez nem como matéria mas antes algo imaterial... tão imaterial como as fraudes e os testes negativos das tabaqueiras das farmacêuticas das indústrias agro-alimentares das indústrias alimentares. Talvez que tenha a mesma posição quanto às vacinas? Que suponha mania a saúde reprodutiva?
Porventura olvidará as questões de sustentabilidade associadas à carne vermelha - ou, como escrevi antes e mais genericamente, ao trigo e ao pão que o diabo amassou?
Pergunto-me para que terá a Noruega uma Ministra da Saúde - esta, pelo menos, seria muito mais eficiente como Ministra da Propaganda.
Imagem retirada do sítio da BBC.
Elas e Eles, bailarinos de reel (sapateado irlandês), Michael Donnellan e a Kickin Crew.
A coreografia, reel, de Michael Donnellan.
A ocasião, espectáculo dos Kilfenora Ceili Band no National Concert Hall, 2014 (Dublin, Irlanda)
No Domingo que agora passou foi Dia da Mãe. Mas, nesse mesmo Domingo, li uma notícia que me impeliu a escrever sobre um outro lado desta, chamemos-lhe, efeméride. O lado dos filhos que não têm Mãe. Um dos lados, e um lado sórdido, doloroso, vergonhoso.
Há, infelizmente, muitas formas de não ter mãe - a indiferença da progenitora presente, o abandono da cria, o afastamento forçado, a morte.
Ao longo dos séculos, muitas crianças sem mãe biológica presente acabaram por encontrar uma figura maternal numa outra familiar, numa segunda esposa amásia ou cônjuge, entre estranhas que as adoptaram e, até, entre estranhas que as acolheram - embora acolher tenha múltiplas tonalidades, entre admitir em sua casa e proteger.
O internamento de órfãos e de crianças em risco não é recente. A Igreja Católica, e depois desta outras igrejas, desde antes de Constantino que levava a cabo a sua missão social - com a contrapartida doutrinária, claro, mas nem por isso deixando de atender a quem sofria. Divulgou-se a caridade e, por oposição ao estoicismo, cunhou-se a empatia entre quem recebia cuidados e quem cuidava.
As estruturas de internamento foram-se diversificando, especializando, e quando se começou a dizer que as crianças não eram adultos em miniatura surgiram os orfanatos e as responsabilidades dos Estados. Algures no caminho, a sociedade encarou a obrigação e a caridade ganhou contornos místicos, ela própria passando a ser moeda de troca para o estado de graça, fosse porque "dos pobres é o reino dos céus" fosse porque, então como agora, a absolvição era acto bem terreno e mais importante do que o cuidado era a imagem do cuidador.
E foi assim neste desviar de conceitos que chegámos aos orfanatos semelhantes a campos de concentração. Na Irlanda, na Escócia, na Holanda. E talvez em muitos mais lugares deste mundo.
Chocam-me todos. Mas choca-me especialmente o caso da Holanda, com desenvolvimentos mais recentes.
Cerca de 15000 meninas foram internadas nas Irmãs do Bom Pastor. As meninas entregues aos cuidados desta congregação de almas caridosas, muitas daquelas estigmatizadas como prostitutas porque vítimas de abusos sexuais, quase todas ou todas oriundas de famílias carenciadas, pagavam o maternal acolhimento lavando e cosendo roupa 60 horas por semana. Este tratamento, "normal para a época", ocorreu entre 1860 e 1978.
As respostas obtidas é que não são nada normais para a época, já que deste ano da graça de 2019:
a) As freiras "não agiram por iniciativa própria", já que o internamento "era determinado pelo Estado, geralmente pelos tribunais, pelo que deveria ter havido inspecções oficiais" e assim "a responsabilidade não é exclusiva" da congregação.
b) O tratamento correspondia "à prática religiosa de tratamento de órfãos";
c) Estas crianças "vinham de contextos complicados" pelo que "poderia ter sido pior" o seu destino.
As aspas encerram citações. Obtidas com esforço - não queriam falar do assunto porque "iam tratar os abusos sexuais na Igreja Católica, e este caso era totalmente diferente, só se referia a trabalhos forçados, e era normal, na época".
Até posso aceitar o argumento da normalidade se lida como usual - mas que se extingue com o fim da II Guerra Mundial e com a assinatura da Carta das Nações Unidas. Cerca de 30 anos antes, portanto.
Até posso aceitar que o Estado partilhava a responsabilidade pelas condições do internamento, e que estas não era exclusivamente da congregação - mas as respostas são. Os tempos verbais são distintos, as mentalidades também deveriam ser. Tinham obrigação de ser!
Até posso perceber o quase-silêncio em torno destes casos - não falamos de exploração ou abuso sexual, motor de vendas, mas apenas de trabalhos forçados. E as vítimas eram meninas, o mais parecido com o chão na hierarquia da Igreja d.C. - a.F.. Eram meninas mas já não são, pelo que também não interessam à comunicação social, às redes sociais, enfim, às gentes que se inflamam com os males de qualquer desde que tenha muitos likes, gentes que no dia da Mãe dão cartõezinhos com frases replicadas que talvez nunca tenham saído dos seus lábios originais.
Parece que na escala de escândalos a clamar justiça e atenção, estas meninas terão à sua frente as freiras escravizadas, porque religiosas, e os menores abusados sexualmente, porque o sexo vende. Para todos estes a sorte foi madrasta... e algumas madrastas parecem querer que continue a ser.
Na imagem, uma 'lavandaria das Madalenas' irlandesa. Fotografia de cerca de 1900, autor desconhecido. Fonte: El País.
O Reino Unido terá de participar nas Eleições Europeias.
A ausência de acordo com os Trabalhistas, que não aceitam a proposta de uma união aduaneira temporária com a UE sem que esta inclua uma cláusula anti-Boris Johnson (nome muito adequado para uma cláusula que previna as volatilidades deste, e de outros, conservadores), obriga May a declarar as eleições. Que custarão, por lá, cerca de 110M€.
As sondagens dão a possibilidade de vitória ao UKIP de Farage, e este entende que tal vitória é um mandato para uma saída sem acordo.
Depois das eleições locais da semana passada, e sabendo-se que o UKIP perdeu 82% dos 179 deputados municipais que havia conseguido antes do Brexit - 145 na Inglaterra e todos na Irlanda do Norte - penso que a mensagem será mais parecida com "meteste-nos no atoleiro, agora retira-nos". Tanto mais que os Conservadores ficaram reduzidos a pouco mais de 2/3 dos deputados locais que tinham, tendo ambos os partidos sido, aparentemente, fortemente penalizados pelo impasse.
Embora a mensagem me pareça cristalina, temo que os súbditos de Sua Majestade em terras da Velha Albion não tenham percebido que as urnas não são o melhor local para revelar o seu conhecido sentido de humor: Farage pode levar a sério.
Imagem: TVI24
Elas, bailarinas de flamenco da Companhia Antonio Gades: Vanesa Vento (Carmen), Conchi Maya, Cristina Carnero, Luisa Serrano, Mª José López, Maite Chico, María Nadal, Merche Recio, Virginia Guinales, Yolanda Rodríguez.
A música, guajira e tangos flamencos, versos de Antonio Gades, cantada por Alfredo Tejada, Enrique Pantoja, Gabriel Cortés, Joni Cortés e Ángela Núñez (conhecida como La Bronce)
A coreografia, sapateado flamenco, de Antonio Gades.
Os quadros, La tabacalera e Pelea entre Carmen y Manolita.
A ocasião, Carmen no Teatro Real de Madrid, 2011 (Madrid, Espanha)
A Equipa do Sapo Blogs entendeu que saber como bloga esta que vos escreve seria para vós interessante.
O Pedro Neves mandou-me as perguntas, eu respondi... e hoje as respostas foram publicadas no Blog da Equipa.
Não sei do interesse para quem me acompanha, mas responder às perguntas obrigou-me a questionar o meu método, as minhas preferências... foi muito positiva, esta viagem que talvez não fizesse sem o desafio da Equipa. E foi muito divertido, embora a fotografia me tenha causado calafrios... mas consegui contornar a minha inaptidão de fotógrafa e de fotografada.
Está lá, se quiserem espreitar.
Obrigada, Equipa!
O CDS-PP propõe e aprova passadeiras arco-íris em Lisboa.
O PSD e o CDS-PP votam a favor da FENPROF perante a abstenção do PCP.
O BE censura piropos mas canta-os.
O PS resiste aos incêndios e ao armamento de Tancos, e a meses de entrar em gestão entra em combustão.
Sinto que esta semana adormeci no comboio e acordei num Portugal várias estações depois.
imagem recolhida em pngtree
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