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cabeçalho sobre foto de Erika Zolli
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Every year we dump a massive 2.12 billion tons of waste. If all this waste was put on trucks they would go around the world 24 times.
O Ocidente andou décadas a enviar os resíduos para os, por si denominados, países do terceiro mundo.
Atulhados em dívidas externas e amarrados a estranhos acordos comerciais, tais países continuaram a receber todo o tipo de resíduos, num negócio que limpava o Ocidente de lixo e de vergonha e o deixava de cara lavada para discutir problemas tão sérios como o preço das quotas de carbono ou a proibição de palhinhas e cotonetes de plástico, tudo bem ensacado num saco de dez cêntimos.
Pois bem, isso acabou.
Os países de terceiro mundo cansaram-se de navegar dejectos e detritos, e estão já a devolver os resíduos ao resto do mundo, o seu a seu dono.
Será a melhor forma de os cidadãos ocidentais perceberem exactamente a quantidade de resíduos que produzem.
Até aqui, "longe da vista, longe do coração".
Agora já não.
Que sirva também para afogar a hipocrisia e pensar seriamente o Ambiente.
Eles, bailarinos de jazz, Juliana & Robson (Escola Samadhi Dance)
A coreografia, jazz contemporâneo, de Arthur de Melo Duarte.
A música, pop, Centuries de Brooklyn Duo.
O quadro, Temperança.
A ocasião, espectáculo Vícios & Virtudes (2015, São Paulo, Brasil )
Caros bloguistas e passantes que ajudam a animar os dias cá pelo burgo:
A Almoxarife informa que a Menestrel foi de visita a Filipe Vaz Correia e ao seu Caneca de Letras. Avisa também que, sentindo-se excluída, a Bobo amuou e fez greve, pelo que hoje o Turismo não abre.
Certamente não haverá assunto que não possa aguardar por amanhã - e, assim, solidarizo-me com as outras duas e vou-me a navegar por aí.
A gente lê-se...
... e até amanhã :)
imagem recolhida em Via Fly
Depois de Trump e Bolsonaro nas Américas, com Marine e Conti e Órban a perfilarem-se na Europa, como é que, em Israel, Netanyahu não consegue formar governo com os seus antigos aliados (ainda mais) nacionalistas?
Bibi está acusado de vários crimes de corrupção, é certo. Mas conta com o apoio incondicional de Trump e de Bolsonaro.
Já o seu aliado interno, Lieberman, parece muito chateado com a discriminação positiva de que são alvo os ultra-ortodoxos, isentos de serviço militar num país onde todos os outros judeus, homens e mulheres, têm treino intensivo. Embora outros alvitrem que o que pretende é o lugar de Bibi, e para o efeito o pretexto é tão bom como qualquer outro.
Sabendo-se que é esta a primeira vez que um primeiro-ministro israelita não consegue formar um governo de coligação, parece este impasse vir confirmar que a tendência no mundo ocidental é mesmo geringonçar os governos.
A menos que, cansados de uma direita agora acusada de corrupta e que os governa desde há 10 anos, os israelitas pretendam uma verdadeira mudança política. Se à direita se à esquerda, se verá.
Imagem: Ammar Awad/Reuters, recolhida no UOL Notícias
Há uns tempos disse que não voltaria a ver notícias à hora da refeição. Mas quando filo a bóia nos pais, e porque acompanhada, nem sempre consigo mudar de canal ou apagar o aparelho, por muito sub-repticiamente que o tente. Acreditem, há dias em que me aproximo da televisão com uma leveza de gato a acercar-se do ninho...
Hoje foi um daqueles em que talvez o tenha tentado com a graciosidade de um hipopótamo no [pub] Museu da Vista Alegre, e acabei por acompanhar o "E se fosse consigo?"
O tema, assédio moral no trabalho, foi muito bem ilustrado por dois actores, uma empregada de limpeza a quem o patrão chamava incompetente e mandava acelerar o trabalho de lavagem do chão no átrio de um ginásio.
O realizador talvez tenha captado 15 ou 20 passantes. A maioria interveio, muito poucos se quedaram mudos, todos incomodados, nenhum indiferente. Novos, velhos, homens, mulheres, uma voz comum: exigiam tratamento digno para a funcionária. Que o patrão até poderia ter razão mas nem aquela forma nem aquele local eram os correctos para o dizer, alertaram alguns; outros exigiram que parasse com tal atitude, e houve mesmo quem tentasse encorajar a funcionária a dizer ao patrão que já chegava de humilhação e que o assédio era crime. Muito calmos e assertivos, até o que chamou besta ao patrão .
Fiquei de alma cheia!
Quando nem um passante fica indiferente e cerca de 75% intervém activamente numa situação destas, sinto que ainda há esperança para o nosso País. Que não estamos totalmente alheados do outro, que não nos limitamos ao nosso quintal.
Muitos não se terão apercebido, outros nem terão tal consciência, mas o que fizeram foi acção política tanto quanto foi solidariedade.
Fará diferença ter sido num centro urbano? Talvez. Mas é também aí que se concentra a maioria da população, portanto insisto: deu-me esperança.
Agora espero e desejo que assim ajam noutras situações.
Muito se tem falado sobre a abstenção e as suas causas.
Penso que estas não são lineares, como muitos apregoam, e defendo que o assunto exige um diagnóstico aprofundado para que as medidas de longo prazo sejam adequadas. [Sobre estas, falamos e falaremos no Rasurando.]
No entanto, perante
* Umas presidenciais de fim de mandato duplo onde surgem 52% de abstencionistas,
* Umas legislativas europeias que atingem os 70% de abstenção,
temos de aceitar estar perante uma crise da democracia.
Estes níveis de abstenção não são admissíveis, e mais nos assemelham a uma oligarquia. Porque reparem: os menos de três milhões que votaram escolheram pelos quase onze milhões - mas escolheram dentre um universo reduzidíssimo definido pelas direcções dos partidos.
Não vou discutir este tema nem no postal nem nos comentários - como disse, o Rasurando aborda esta e outras questões; mas falo nisto porque os outros quase oito milhões me pesam na cidadania, o meu voto contribuiu para todos como se nós, os que votámos, fôssemos pastores a conduzir o rebanho. E ainda os tenho de ouvir queixarem-se...
Defendo várias alterações no nosso regime, e todas elas inter-relacionadas. Mas este postal visa apenas o combate à abstenção no curto prazo.
Porque temos mais eleições este ano, e é urgente anular o défice democrático de que padecemos, estas são as minhas propostas iniciais, e são a base das minhas exigências: que as consequências políticas da abstenção sejam efectivas.
São 2h30. Pelas BBC World e Deutsche Welle sei que os nacionalistas ganharam em França, em Itália, na Hungria e na Bélgica... e no Reino Unido, se entendermos que o Brexit também o é.
Por toda a Europa, liberais e populistas saíram vencedores, como adivinhava mas temia. Não tanto pelos liberais, geralmente moderados, mas pelos outros. E se os partidos ambientalistas também ganharam força, desconfio que de pouco lhes valerá tal vitória, sabendo os liberais essencialmente liberais na economia e os populistas o que mais conveniente lhes for em cada momento - e isto apesar das Thunberg deste mundo...
Como se numa jangada distinta, na Península Ibérica demos aos socialistas a maior fatia, parecendo nisto confirmarmos as políticas dos partidos no governo em ambos os lados da raia, nesta feita assim esbatida. Mas enquanto em Espanha a extrema-direita acompanha a romaria, por cá a direita perdeu-se de si e dos eleitores - e dos partidos sem assento parlamentar não rezará a história destas eleições.
Conhecedora destes vagos resultados, tento aprofundar o que aconteceu, saber o que mudou onde e como.
No Sapo fala-se de Portugal, da vitória do PS que não vê problema numa abstenção de 68,8%, fala-se da vitória do BE e do PAN que, tudo indica, elegem mais um deputado do que anteriormente, fala-se da derrota de todos os outros. E fala-se, muito, de como estes resultados se traduzirão nas legislativas.
Nos canais televisivos nacionais, apenas a RTP3 e a TVI ainda vão falando, autopsiando os resultados internos e as suas influências nas legislativas, políticos e analistas e jornalistas nesta abordagem unânimes.
E, perante este isto, pergunto-me se reduzir as europeias a uma discussão de contestação ou validação do governo não será, também, uma forma de nacionalismo.
Um nacionalismo bisonho e mesquinho que, tão sem consciência de si, fala de vitórias e derrotas partidárias perante a alienação de quase 70% do eleitorado. Um nacionalismo ignaro que rejubila ou se lamenta pelos resultados internos, enquanto a Europa se reconfigura numa manta de retalhos hoje provadamente esgarçados.
Enfim, um nacionalismozinho que não passa de clubismo tão próprio de quem não vê mais nem sente melhor. Apropriado, portanto, à mensagem das eleições de hoje: os portugueses estão totalmente disponíveis para serem conduzidos ao que na Europa se prepara.
Depois guinchemos.
imagem recolhida no portal dos animais
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