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Eu vi um Sapo

por Sarin, em 15.11.18

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Estava num blogue, com um título enorme

SAPOS DO ANO 2018

... e o meu blogue estava lá mencionado!

 

Foi o saudoso Pedro D. que me falou da iniciativa... e na altura nem pude perceber bem o que era ou como funcionava.

Até que, num dia de mais tempo ou de mais atenção, ou talvez apenas um dia mais, vi o que significam.

Não são um prémio numa competição.

São uma demonstração colectiva da confiança, do apreço e do interesse pelos conhecimentos e sensibilidades partilhadas por cada blogue nesta forma tão específica de comunicação. São o apoio público de quem nos apoia particularmente em cada visita.

Apenas um blogue, ou eventualmente dois, receberá tal distinção em cada categoria; mas todos os nomeados são já vencedores - não porque seja bonito dizê-lo "para a posteridade", mas porque o que foi partilhado perdurou na memória de quem nomeou. A mensagem foi entregue e foi guardada. E não é isso que nos leva a comunicar?

 

Ver este burgo ali, em tão boa vizinhança nesta comunidade imensa, foi uma agradável surpresa!

 

A quem nomeou, o meu obrigada pela confiança, pelo interesse, pelo apoio.

Obrigada por estar ou ter estado aqui. O blogue sem vós não era nada. *

 

* Se não acreditam, leiam o Obras na estrada

[Cuidemos de todos cuidando de nós: Etiqueta respiratória. Higiene. Distância física. Calma. Senso. Civismo.]
[há dias de muita inspiração. outros que não. nada como espreitar também os postais anteriores]

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lançado às 07:50

Num artigo de opinião publicado na Visão, leio no cabeçalho que a tolerância nem sempre é tolerável. (As)saltam-me visões de revoltas populares, extremismos, convulsões sociais... e depois leio o artigo. Que logo nas primeiras linhas me demonstra apelar não à intolerância mas antes à aceitação da diferença, e continua tal mensagem a luzir-me no texto enquanto eu leio entre agradada e desconfortável porque crente no fim mas descrente do meio.

 

É importante aceitar que a diferença é um direito tão válido como a igualdade, e que nisso devemos mesmo ser iguais, os indivíduos. E que a concórdia na sociedade e entre sociedades vem desta aceitação, não apenas da não-agressão - e muito menos da condescendência ou da indiferença, como bem escreve José Brissos-Lino, doutorado em psicologia, professor universitário, pastor protestante, articulista.

 

Sim, tolerar é suportar, é aguentar. Mas se suportar se pode ler sofrer, e com este toda a repulsa e inacção, também se pode entender como ser suporte, e por aqui pensar a segurança e a força, a acção de retirar obstáculos.

Porque Tolerância é, também por definição, aceitar a liberdade de expressão da diferença e reconhecer-lhe o direito equânime de existência.

Que, em bom rigor, diverge de aceitar a diferença, já que aceitar pode ser lido como aprovar,  contrariando implicitamente a desejada liberdade individual de escolha e o direito ao seu exercício; ou poder-se-à entender como receber, abraçar, aderir  à diferença em causa, substituindo a coexistência de diferenças pela uniformização de pensamento/sentimento.

Ser tolerante não é, assim, exactamente o mesmo que ter tolerância.

Ser tolerante não admite condescendência nem resulta de indiferença ou inércia, pois que parte da premissa mais básica: o outro existe, logo é por direito próprio e não carece de aprovação ou validação para ser, para existir.

Ser tolerante não compreende imposições ou limites nem tampouco gradientes: é uma tolerância sem escala, ao contrário da tolerância à dor.

 

E por tudo isto, concordando com a mensagem do artigo, "coexistência harmoniosa das diferenças religiosas" (e ideológicas e morais, acrescento eu), discordo do argumento usado.

Não, caro Doutor J. Brissos-Lino, não me parece que a tolerância seja "um conceito enganador, uma vez que não significa aceitação da diferença" - pelo simples facto de que, conforme aduzi, não pretende significar tal. 

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lançado às 00:44

Concurso "Como diz que escreveu?!"

por Sarin, em 13.11.18

Prémio

"No princípio era, e no fim  também, mas pelo meio certamente idem, o verbo"

Público. Hoje.

Vale a pena ler de novo. Com atenção. Para evitar tropeçar nas palavras em ziguezague.

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Seriamente:

Há dias em que a escrita não flui, mas um profissional do ramo tem de conseguir ultrapassar tais vicissitudes. Simplificar nem sempre é fácil, mas redigir uma notícia não deveria ser um exercício de escrita criativa - nem lê-la, uma corrida 100m barreiras. Menos é mais. Menos verbos, menos segmentação, menos ruído, Mais lineariedade, mais informação.

 

E confesso que ao ler este parágrafo me questionei o que poderia o agente ter revelado há duas décadas que tivesse relevância para o crime de há 5 anos...

 

Nota de rodapé: dão-se alvíssaras pelo "quando".

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lançado às 19:25

Ora ponha aqui o seu dedinho

por Sarin, em 08.11.18

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 (fonte da imagem aqui)

 

Se na Assembleia da República optarem por controlos de presenças e de acessos por leitura de dados biométricos, todos saem a ganhar:

- A transparência do processo, cuja operacionalidade exige a presença física;

- O erário público, pelo controlo simultâneo de acessos ao edifício e a dados reservados, dos registos de presença, e da localização em casos de emergência;

- A Isabel Moreira, que pode assim exibir a unhita laroca e justificar a manicura;

- O José Silvano, que poderá mostrar o dedo a quem, aparentemente segundo depreendo do que diz, o quer incriminar;

- O amigo secreto do José Silvano, que se safa assim de ser investigado por crime de usurpação de identidade quando a comunicação social quer é sangue mas cortar dedos é com gangues da rua;

- O Rui Rio, que deixará de ter que defender publicamente os seus braços esquerdo e direito e poderá finalmente usá-los para nadar com os tubarões;

- A Lucília Gago, que deixará de perder tempo com assuntos que em qualquer escola ou emprego dariam lugar a processo disciplinar imediato;

- O Ferro Rodrigues, que poderá suspirar de alívio em vez de de enfado com assuntos comezinhos e habituais;

- O Marcelo Rebelo de Sousa, que poderá voltar a comentar assuntos de estado de espírito e ética política, mas esta apenas indirectamente pois o Chefe Máximo da República deve abster-se de apontar falhas aos deputados eleitos pelo povo para representarem a República.

 

E se esta última frase parece confusa, pode-se facilmente perceber o que se passa na cabeça de todos eles.

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lançado às 19:38

In memoriam Pedro D. (iTugga)

por Sarin, em 07.11.18

 

Conheci o Pedro D. há poucos meses, aqui na blogosfera. Tivemos bons debates sobre política, sobre arte, sobre o que apetecia. Gostava de o visitar, gostava das suas visitas. Trocávamos humor, ideias, opiniões, sensibilidades... nem sempre de acordo mas sempre concordantes em discordar sorridentes.

Dos vários debates nasceu a ideia de  uma parceria: lançar postais simultâneos subordinados ao mesmo tema.

No primeiro atrasou-se ele, por urgência médica familiar.

No segundo, atrasei-me eu, exactamente pelo mesmo motivo.

Hoje, descobri que a urgência médica do Pedro D. não fora talvez de um familiar - porque as urgências médicas eram-lhe, infelizmente, familiares.

Não voltarão a ser: o Pedro D. faleceu.

 

 

Um abraço sentido a todos os que o conheceram.

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lançado às 15:02

O artigo é determinante

por Sarin, em 07.11.18

Quando li o sub-título, comecei a escrever este postal,

"Segundo a notícia do i online, Transição só com homens, um dos membros da equipa de transição de Bolsonaro casou com a própria irmã...

            "Os 28 escolhidos por Jair Bolsonaro são todos homens e entre eles está Julian Lemos, que tem três queixas por agressão à ex-mulher e irmã"

...."

 

Ia brincar com o redigido, mas lendo todo o texto perdeu-se a oportunidade de riso...

Obviamente, é um lapso de quem redigiu a notícia, até porque em parágrafo posterior aparecem os devidos determinantes e artigos.

 

O que também aparenta ser óbvio é o rumo do Brasil. E já não é determinante perceber se foi lapso da maioria: escolheram o artigo e não se aceitam devoluções.

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lançado às 14:10

Do desconhecimento de quem publica

por Sarin, em 04.11.18

ou Como uma expressão transforma uma notícia em insulto

 

Passeando os olhos por notícias do mundo do espectáculo, dei com uma notícia já com vários meses sobre uma reunião de parte do elenco de "O Gladiador". Algures no texto, surge a frase "Lisa Gerrard também esteve presente para a interpretação vocal da banda sonora que a tornou famosa (...)".

É um artigo Sapo Mag, assinado por L.S., cujo nome ou informações adicionais procurei mas não encontrei. Será talvez um estagiário, pessoa novita e sem experiência na pesquisa de factos - ou será talvez um experimentado jornalista que se esqueceu de como se escrevem notícias.

Lamento-o, em ambos os casos. Porquê?

 

Porque Lisa Gerrard tem uma carreira iniciada em 1981, fez parte de uma banda de culto com projecção internacional, milhões de discos vendidos e músicas em várias bandas sonoras...

Lisa Gerrard é a famosa voz feminina dos Dead Can Dance, banda incontornável da década de '80 e da história da música por serem parte das raízes do estilo gótico.

Repito:

Lisa Gerrard é a famosa voz feminina dos Dead Can Dance, banda incontornável da década de '80 e da história da música por serem parte das raízes do estilo gótico.

 

Noutra secção não seria motivo da minha indignação. Mas o Sapo Mag é suposto ser sobre cinema, televisão e música - apesar de misturar histórias destas artes com historietas dos seus artistas.

Lisa Gerrard e Dead Can Dance são (e repito!) parte da História da música do pós - II Guerra. Não os conhecerem numa secção supostamente especializada não abonará muito a favor da secção - mas certamente não é tão grave como não pesquisarem as pessoas sobre as quais escrevem. Nas décadas de '80 e '90 é que a pesquisa era morosa, entre jornais mal arquivados e programas gravados em cassetes; em 2018 apenas é admissível em info-excluídos.

 

Não tenho facebook. Peço a quem ler este postal, tiver FB e quiser fazer uma boa acção que aponte ao/à tal L.S. o insulto que escreveu.

 

Deixo este excerto do filme-documentário "Baraka", de Ron Fricke.

A música, The host of Seraphim, claro que é dos DCD.

  

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lançado às 14:55

Onde ideias-desabafos podem nascer e morrer. Ou apenas ganhar bolor.


Obrigada por estar aqui.





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e uma viagem diferente



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