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cabeçalho sobre foto de Erika Zolli
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Quando os velhos políticos criam novos partidos e lhes chamam aliança ou união ou plataforma a coisa cheira a requentado... a requentado e a ressabiado.
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Kofi Annan morreu.
Era um Cidadão do Mundo.
O Mundo devia colocar todas as bandeiras a meia-haste. Porque o Mundo perdeu um dos que lutava para que o mundo fosse todas as bandeiras desfraldadas. O mesmo Mundo que segue de bandeira invertida...
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Do que tenho lido, a maioria das gentes que se têm manifestado em blogues acha que não se deve receber Marine porque, além de lhe dar palco para difundir a sua mensagem de ódio, não haverá argumentário que demova as suas políticas.
É aqui que entendo residir a falha: acharem que, no diálogo, quem importa é Marine ou os Nacionalistas.
Não! Quem importa são os hesitantes, os distraídos, os atraídos pelo discurso eivado de aparente preocupação social. Os órfãos de segurança e os abandonados à dúvida.
São estes que têm de ser dissuadidos, esclarecidos, alertados.
Marine e os seus correligionários têm todas as certezas e todas as respostas imediatas com soluções imediatas para problemas imediatos - e têm a sua crença, portanto são inamovíveis.
Porque os problemas são profundos e transversais, as soluções não são nem imediatas nem definitivas. Por isso exigirem negociação, por isso demorarem, por isso serem meias respostas. Fracas respostas, até, porque o equilíbrio é infelizmente ténue.
Quem hesita, quem receia... quer respostas, quer medidas. E vê ou é levado a ver os ensaios de resposta como se incapacidade... ao mesmo tempo que não vê ninguém a assumir, ninguém a discutir as fraquezas dessas respostas e os seus porquês - ninguém a identificar e a arrostar com as nossas responsabilidades para podermos avançar para as soluções.
E ainda recusam debater com quem aparentemente tem todas as respostas! Aparentamos medo perante quem usa o medo como arma...
Os Nacionalistas agradecem; no lugar deles, rejubilaria: é uma questão de tempo.
Porque enquanto nos manifestamos para que Marine não venha - não vá - não seja, Marine sem falar chama a si os órfãos e os abandonados.
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O genoma do trigo foi descodificado.
"Para que raio me interessa isso?!" perguntarão muitos. Na verdade, por agora não interessa. Nada, mesmo: afinal, ainda não entrámos em escassez de alimentos na Europa. Aquilo das quotas da sardinha é só por causa da preservação da espécie...
Agora, a sério: "Para que raio me interessa isso?!"
Aos outros não sei, mas a mim interessa-me e muito: o trigo é alimento básico para mais de um terço da população mundial, significa um quinto das calorias e proteínas ingeridas, é cultivado em vários climas e em várias estações do ano... ou seja, é um dos alimentos mais importantes do mundo.
[Faço um parêntesis para relembrar que o genoma é o conjunto de toda a informação hereditária, aquela que permite que um indivíduo de uma espécie se desenvolva com determinadas características próprias dessa espécie. Está codificado no ADN, que mais não é que uma sequência realmente muito longa de aminoácidos agrupados - também conhecidos como genes. As características do indivíduo dependem do gene, i.e da informação transmitida, mas também da posição que cada gene ocupa na cadeia, pois esta determina a forma como a informação genética será traduzida. Por aqui ter-se-á uma ideia da dificuldade sentida pelos 200 investigadores ao longo destes 13 anos de investigação: foram mais de 100.000 os genes identificados. O que permitirá também um vislumbre da importância atribuída ao assunto]
Terem descodificado o genoma do trigo traduz-se na possibilidade de, no curto prazo, as cultivares (variedades criadas pelo homem) serem manipuladas geneticamente para aumentar a produtividade do trigo diminuindo o consumo de outros recursos produtivos, aumentando a resistência da planta às doenças e a resposta às condições ambientais de desenvolvimento, e até a melhorar a dimensão e a qualidade nutricional do grão.
E isto é uma excelente notícia para quem deseja ver minorado o problema da alimentação da população mundial. População que já ultrapassa os sete biliões e que se prevê aumentar mais de dois biliões até 2050 - pouco mais de 20 anos. 20 anos!
É nestas horas que eu adorava ver apenas uma perspectiva...
Porque, do outro lado da balança, deparo-me com a questão dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM). Tenham segmentos de ADN de outros seres (passando a denominar-se transgénicos) ou sejam resultado de manipulação exclusiva do próprio ADN, a verdade é que os OGM não se distinguem dos outros indivíduos da mesma espécie a não ser em laboratório e desde que tenham os marcadores genéticos a que estão obrigados. [Que foram introduzidos para, e se destinam a, identificar proveniências e níveis hereditários]
Mais fortes e resistentes, mais homogéneos, aparentemente melhores.
Mas ninguém sabe exactamente de que forma a ingestão de tais cadeias manipuladas terá ou não influência no organismo humano. [Além de o nutrir no curto prazo.] Ou como serão as interacções com outros organismos vivos que possam ser ou tornar-se focos de doenças resistentes. [Além do que se sabe sobre indivíduos humanos devidamente nutridos terem mais resistência à generalidade das doenças.]
De momento minoramos um problema. Um problema grave e que urge solucionar! Só não sabemos quantos ou quais problemas criamos...
Esta tem sido a constante nestes dois séculos de revolução industrial, mas pelo menos agora estamos muito mais preparados para vigiar as consequências - ou, no limite, teremos uma classe política mais alertada, uma classe investigadora mais centrada nos riscos e uma classe consumidora mais informada... o que, na ausência de regulação, não nos servirá de muito perante interesses corporativos. Na alimentação, como em tudo.
Face a tal solução e a tais incógnitas, impõe-se procurarmos respostas em todas as frentes - demografia e fenómenos migratórios, alimentação, agricultura, ambiente, saúde,... em toda e qualquer disciplina que omiti por falta de espaço ou por esquecimento e não por desmerecimento.
De nada nos adiantará fechar as fronteiras a terceiros - fechadas à entrada de gente, fechadas estarão também à entrada de alimentos. Não temos área que nos permita a subsistência, a todos os que cá somos e estamos; mas talvez com a política do filho único que condenámos à China consigamos controlar a demografia. E talvez expulsando "os que não são de cá", como defendem alguns... Teremos menos gente e talvez a comida chegue... isto se não nos devolverem também os nossos que por lá andam nesses outros continentes, claro. E mesmo que não, seremos velhos... as máquinas trabalharão por nós, mas quem nos cuidará, quem nos continuará?
Sejamos ponderados nas análises e nas políticas.
Ou isso, ou os que vierem depois que segurem a porta. E que siga a marcha e que toquem as trumpetas.
Deixo um filme, cuja tradução lamentavelmente não encontrei nem apeteceu fazer, sobre Aritmética, População e Energia - uma aula do Prof. Dr. Albert Allen Bartlett, professor emérito do Departamento de Física na Universidade do Colorado que dedicou parte da sua carreira a estudar o crescimento populacional. Quem não apreciar números que pense em Shakespeare e chame-lhe Pesadelo de uma noite de Verão.
Não se diz adeus a quem faz parte da nossa história. E Aretha foi-me trauteada no berço.
The Sower, estátua em bronze de Bernardas Bucas, em Kaunas, Lituânia.
The Star Sower, pintura mural e jogo de luzes de origem desconhecida, em Kaunas, ao lado da estátua.
Fotografias datadas de 10 de Setembro de 2008, 11h48min e 22h32min respectivamente. Surgiram inicialmente no blogue Morfai em Setembro de 2008.
(fonte das imagens aqui)
A luz clara do dia não deixa criar estrelas nas mãos cheias de nada.
Porquê facilitar ao Mal a sombra que altera a percepção?
Só a escuridão traz holofotes....
Hora de almoço, televisão sintonizada na SIC, jornalista em reportagem na praia, atenção mínima aqui da menestrel e daí a conversa parecer da bobo - mas não:
"Estamos aqui na praia de ***, onde se podem praticar muitas actividades, como por exemplo apanhar sol "
A gargalhada foi sonora. Actividade, apanhar sol? Só se for para a sonda que vai a caminho... é que actividade implica acção por parte de quem a desempenha - e a memória que tenho desse tal "apanhar sol" numa praia é o que mais se assemelha a inactividade... mas vá, concedo, posso estar enganada e haver quem seja activamente insone ou observador "a apanhar sol"...
E a jornalista continuou, feliz, a enunciar as actividades na tal praia cujo-nome-se-me-varreu com a gargalhada:
"[...] ou jogar tchouckball, desporto nascido no Brasil... e vamos falar com este atleta sobre esta modalidade..."
"É, esta praia é muito boa para jogar tchouckball, desporto nascido na Suíça [...]"
Desisti de ouvir "as notícias". Porque toda a família riu perante esta sequência, o que abafou o som; mas, também, porque assistir à falta de preparação por parte de um profissional se torna confrangedor... e, caramba, um feriado a meio da semana não deve ser passado a ver as inactividades dos outros!
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